Sem alarde, o presidente da Assembleia, deputado Guilherme Uchôa (PDT), assinou portaria aposentando a servidora Ana Olímpia, uma das mais antigas e respeitadas funcionárias efetivas daquele Poder.
O ato aposentou a servidora, com proventos integrais, no cargo efetivo de consultora.
Nada demais, senão o inusitado de, no mesmo dia, sair um outro ato nomeando Ana Olímpia para a secretária geral da Mesa Diretora.
Ou seja, a mesma continuará exercendo a função de confiança que vinha desempenhando há alguns anos na Casa, mesmo já aposentada.
Não se sabe ainda, nem extraoficialmente, se a movimentação resultará em aumento de remuneração para a servidora, como acumulação integral dos dois salários.
O que mais chamou a atenção entre os deputados estaduais é que a benesse de mantê-la como secretária geral tem relevo político.
A servidora foi citada, nos bastidores, como “pivô” da articulação para retirar o deputado Romário Dias (PSD) da mesa diretora.
Segundo publicado em jornais impressos locais, em uma reunião da mesa, Romário não teria gostado de uma intervenção de Ana Olímpia, iniciando um bate-boca entre os deputados.
A servidora, citada no bate-boca, teria saído aos “prantos” da reunião, muito abalada.
O motivo seria a data da eleição da mesa, que teria influência, pois alguns deputados estavam com viagem já agendada.
Motivo real ou não, este episódio foi usado como argumento para articular a candidatura de Claudiano Martins (PP) para a segunda vice-presidência da Casa, posição que estava “acordada” para Romário.
O bate-chapa restou derrotado, após Romário fazer um discurso inspirado, apelando aos colegas para cumprirem o “acordo” de chapa única, na votação do segundo turno.
Romário Dias não manteve silêncio sobre a “puxada de tapete” e citou nominalmente, em rádios locais, os colegas que considerou responsáveis pela candidatura de Claudiano.
Confirmada secretária geral, caberá justamente a Ana Olímpia assessorar as reuniões da mesa diretora, onde se deu o desentendimento anterior.