Na decisão em que manda prender dois lobistas ligados ao PMDB na Petrobras, Jorge Luz e Bruno Luz, na semana passada, no bojo da operação Blackout, o juiz responsável pela Lava Jato, Sérgio Moro, devolve as críticas de adversários da investigação.
Em uma das críticas, esses adversários afirmam que a operação está causando prejuízos à economia nacional, por afetar as empreiteiras.
Em uma segunda críticas, até magistrados como Gilmar Mendes, do STF, reclamam que as prisões demoram muito e acabam funcionando como uma punição antecipada, antes de um julgamento definitivo.
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Jorge Luz e Bruno Luz tiveram a prisão preventiva decretada, mas estavam em Miami, nos Estados Unidos.
Eles foram conduzidos pela Polícia Federal (PF) para o Instituto Médico-Legal e, em seguida, para a carceragem Superintendência da PF, na capital federal.
Eles vão responder pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), a atuação de Jorge e Bruno na Petrobras teria resultado no pagamento de R$ 40 milhões em propinas ao longo de 10 anos, especialmente na compra dos navios-sonda Petrobras 10.000 e Vitória 10.000; na operação do navio sonda Vitoria 10.000 e na venda, pela Petrobras, de sua participação acionária na Transener (maior companhia de transmissão de energia elétrica da Argentina) para a empresa Eletroengenharia.
De acordo com a investigação, a maior parte da propina era repassada aos membros da Diretoria Internacional da Petrobras, enquanto o restante era destinado a agentes políticos.
O procurador da República Diogo Castor de Mattos afirmou que esses políticos gozam atualmente de foro privilegiado, principalmente senadores.
Os integrantes da força-tarefa do MPF disseram ainda que Jorge e Bruno atuavam na Diretoria Internacional da Petrobras, área de indicação política do PMDB.
Eles também agiam esporadicamente na Diretoria de Abastecimento e na Diretoria de Serviços da estatal, áreas de influência do PP e do PT, respectivamente.
Na quinta-feira (23), o PMDB publicou nota afirmando que os operadores financeiros “não têm relação com o partido e nunca foram autorizados” a falar em nome da sigla.
O PP e o PT não se manifestaram sobre o assunto.
A Petrobras disse, em nota, que “segue colaborando com as autoridades” para buscar o ressarcimento dos prejuízos causados à companhia.
A estatal ressaltou, ainda, que as autoridades “reconhecem que a Petrobras é vítima de todos os fatos revelados por esta investigação”.
Dono de jato que matou Eduardo Campos também é alvo da Operação Blackout Operação blackout