Alguns assuntos sempre polêmicos no país são as várias reformas, nos mais diferentes setores, que precisam ser tratadas com urgência pelo Governo Federal.
Nessa fila encontram-se reformas importantes, sempre discutidas e não votadas, ou quando votadas, pela metade.
Entre elas está a da Previdência Social, sistematicamente protelada, embora seja sempre urgente.
O último governo que tentou uma modificação ampla foi o FHC, mas as alterações feitas pelo Congresso Nacional foram tantas, que o setor teve algumas modificações e não se resolveu o problema.
Para o ex-ministro da Saúde e Deputado Federal, Luiz Carlos Borges da Silveira, o problema está no chamado rombo da Previdência, formado pelo déficit.
Ou seja, a previdência no formato atual arrecada menos do que paga em benefícios. “O déficit chegava a mais de R$ 85 bilhões no final do ano passado com previsão de logo atingir R$ 125 bilhões, tal a velocidade que cresce.
A dívida não tem sido divulgada pelo governo, mas sabe-se que a cada ano repassa cerca de R$ 45 bilhões”, comenta. “O rombo é tão grande que não há como tapá-lo, a não ser que sejam adotadas medidas drásticas durante alguns anos.
O governo reluta em enfrentar o problema, justamente porque não quer ter que adotar medidas impopulares, porém, segundo especialistas o nosso sistema previdência entra em colapso até no máximo dez anos.
O tema precisa ser tratado com realismo, há pontos que precisam mudar, como a questão do tempo para aposentadoria, seja de contribuição ou de idade”, explicou.
Outro ponto polêmico é a retirada de vários benefícios sociais jogados na conta da Previdência Social, que não são de sua responsabilidade.
Segundo o ex-ministro, direitos adquiridos devem ser respeitados, mas o país, o mundo, a sociedade e os mercados mudaram só a previdência continua a mesma. “O atual governo e o congresso promoverem modificações que pioram e retardam ainda mais o processo.
A reforma da Previdência Social é urgente, não pode ser mais uma vez prolatada por descontentar aliados políticos. É preciso tornar o setor viável, senão milhares de trabalhadores sofrerão as graves consequências em pouquíssimo tempo”, completa Borges da Silveira.