O Grupo Schahin anunciou, nesta sexta-feira, em São Paulo, que pediu a abertura de inquérito policial e notificou extrajudicialmente a Câmara de Comércio Brasil-Canadá (CCBC) para apurar os fatos apontados em delação premiada por Alexandre Margotto, ex-sócio de Lúcio Bologna Funaro, preso pela operação Lava Jato desde 1º de julho de 2016.

O empresário confirmou à Justiça que Funaro “comprou” decisão de um juiz arbitral contra a construtora Schahin. “As construtoras Schahin e EIT foram pressionadas pela CEBEL (Centrais Elétricas de Belém), da qual Funaro era sócio de fato, em arbitragem aberta no Centro de Arbitragem e Mediação da CCBC.

A empresa de Funaro exigia uma descabida indenização milionária por um acidente ocorrido em 2008, com o que a arbitragem estranhamente concordou em 2014.

A decisão foi anulada em 2015 pelo Poder Judiciário devido a irregularidades, como provas ilícitas, argumentos ignorados, valores sem sentido, critérios de julgamento diferentes do acordado entre as partes e a não inclusão, no processo, de entes envolvidos”, diz a empresa em comunicado.

Segundo divulgado pela imprensa, a delação de Alexandre Margotto, homologada pelo juiz Vallisney de Souza, da 10ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal, relata troca de mensagens por celular entre o empresário e seu sócio Lúcio Funaro, na qual o primeiro diz: “Lembra que compramos o relatório do juiz?”, ao cobrar valores a que julgava ter direito no “caso Schahin”.

A Schahin requer da CCBC explicações sobre o ocorrido no Procedimento Arbitral nº 39/2008, para apuração de eventual crime cometido por integrantes do tribunal arbitral.