“A própria experiência deixada por Eduardo Campos foi diferente dessa.” Foi o que afirmou a deputada estadual Priscila Krause (DEM) neste sábado (25), durante o desfile do Galo da Madrugada, para criticar a política de segurança do governador Paulo Câmara (PSB).
Para ela, a gestão atual não tem dialogado com a oposição. “A gente vê uma barreira muito grande do governo de permitir e escutar outros pontos de vista.
Não é só uma questão salarial, é toda uma política”, afirmou a parlamentar.
Entre as críticas de Priscila Krause está a negociação do reajuste salarial dos policiais militares, que provocou ameaças - não cumpridas - de que não haveria efetivo no Galo. “O processo da Assembleia (de aprovação da lei que concede o reajuste de 25% a 40% até 2018, que deixou os PMs insatisfeitos por querer equiparação com os salários da Polícia Civil) foi muito ruim, eles atropelaram completamente.
Os prazos regimentais não foram respeitados.
A gente considera que era o momento de distensionar. É uma escolha equivocada, mas o governo tem direito de fazer escolhas políticas”, disse a deputada.
Apesar disso, defendeu o policiamento no período de Carnaval. “A perspectiva é de que a tropa responda nesse período de Carnaval.
Esse período é muito importante para Pernambuco”, disse.
A deputada afirmou que a gestão estadual tem tomado medidas como promoções de policiais e renovação da frota - embora viaturas continuem circulando em situação precária, segundo ela. “Essas coisas não têm surtido efeito e a gente tem que saber por que não está”, afirmou.
Uma sugestão da parlamentar é a criação de um gabinete de crise.
Priscila Krause afirmou que considera uma “incógnita” se a crise na segurança pode afetar uma provável tentativa de reeleição de Paulo Câmara no próximo ano. “Não é simplesmente um assunto ou um fator que influencia numa disputa, é o conjunto da obra.
E o conjunto da obra não está bem.
Se ele vai conseguir recuperar isso, o tempo vai dizer”, disse a deputada. “Mas 18 vai ser o somatório de todos esses anos, de todos esses dias.”