Em novo protesto contra o reajuste salarial concedido pelo governador Paulo Câmara (PSB) aos policiais e bombeiros militares, esposas e familiares de PMs saíram em passeata mais uma vez no Recife nesta sexta-feira (24).

A manifestação saiu da Praça do Derby, na área central da cidade, e iria até o Palácio do Campo das Princesas, sede do governo estadual.

Porém, o percurso foi alterado e a mobilização seguiu até a frente da casa do socialista, no bairro da Madalena, na Zona Oeste.

Lá, gritaram: “Não vai ter Galo!”.

Depois, já à noite, seguiram para a Ponte Duarte Coelho, onde está montada a escultura gigante do Galo.

LEIA TAMBÉM » Paulo Câmara diz que população não deve ter receio no Carnaval » Justiça proíbe que mulheres de militares e familiares barrem saída de PMs dos quartéis, para impedir policiamento no Galo O presidente da Associação de Cabos e Soldados (ACS), Albérisson Carlos, chamou os policiais a ficarem em casa neste Sábado de Zé Pereira (24), dia do desfile do Galo da Madrugada. “As mulheres não estão indo para a frente de quartel, as mulheres nos pediram para que amanhã nós tenhamos um dia de lazer com elas”, disse em frente à casa de Paulo Câmara. “Acima de tudo, nós vamos atender aquilo que as nossas famílias nos pediram.” Paralisações e greves de policiais militares são ilegais. » Ministro do STF mantém proibição de reuniões de PMs para deflagrar greve em Pernambuco » Governo Paulo Câmara pede ao MPPE dissolução compulsória da Associação dos Cabos e Soldados No momento em que os manifestantes chegaram à Avenida Beira Rio, onde fica a casa dele, o governador estava concedendo entrevista no programa Resenha Política.

O principal tema abordado foi segurança pública.

No dia da abertura do Carnaval do Recife, Paulo Câmara disse que a gestão vai garantir a segurança dos foliões nos quatro dias de festas e afirmou que a população não deve ter receio de ir aos blocos, citando o Galo da Madrugada. » “Fora ‘Giboia’!”, gritam esposas de PMs em protesto no Recife » Dirigentes de associações de PMs são afastados pela SDS Policiais militares estão insatisfeitos com o aumento salarial de 25% a 40% sancionado por Paulo Câmara na semana passada.

Eles reivindicam a reabertura das negociações para equiparar com os salários da Polícia Civil e pedem que envolvam também as associações que representam a categoria.

Em dezembro, o governo estadual desfez a mesa que englobava as entidades e transferiu a responsabilidade para os comandos da PM e dos bombeiros.

No Resenha Política, Paulo Câmara frisou que o reajuste envolveu esforço financeiro. “Elas (as polícias, tanto a Militar quanto a Civil) estão muito bem remuneradas.

Vão ser as melhores remunerações do Brasil.

Por isso a cobrança vai ser muito maior.

As condições estão sendo dadas”, disse o governador. » Após troca de comandos, secretário defende respostas “duras” a movimentos de PMs » Procuradoria de Pernambuco pede ao STF inconstitucionalidade de lei que anistia PMs Familiares de PMs já haviam saído em passeata na terça-feira (22), dia em que foi julgado um pedido de prisão contra Albérisson Carlos e Nadelson Leite.

O protesto saiu do Derby e foi até o Fórum Rodolfo Aureliano, na Ilha de Joana Bezerra, onde aconteceu a reunião.

A prisão, solicitada pelo Ministério Público, foi negada por três votos a dois. “O Estado de Pernambuco tem desrespeitado o policial e o bombeiro militar.

Não é verdade esse aumento que o governador disse que deu”, disse Albérisson Carlos. “O Estado de Pernambuco hoje é governado por um ditador.”