Sem alarde, o Ministério Público do Estado (MPPE) começou a pedir uma série de dados aos presidentes das associações militares que funcionam em Pernambuco.

Na prática, as entidades funcionam como sindicatos, o que é proibido por lei nacional para os militares, embora tolerado por muitos anos.

O Ministério Público está interessado em analisar a regularidade de funcionamento das associações militares quanto ao objeto da atuação, até mesmo questionando se receberam recursos transferidos por meio de emendas parlamentares.

Ao menos dois sindicalistas militares receberam as notificações do MPPE, nesta semana.

Vladimir José de Assis, da Associações dos Militares de Pernambuco, além de Albérisson Carlos, da ACS, Associação dos Cabos e Soldados.

A solicitação foi apresentada nesta quinta-feira 23 de fevereiro pelo promotor de Justiça Edson José Guerra, coordenador do Caop Fundações.

O MPPE pede que as informações sejam repassadas até o dia 27 de fevereiro próximo.

Com a movimentação, o MPPE dá sinais de que trabalha para pedir a dissolução das associações militares em Pernambuco.

A interpretação é possível porque, no final de janeiro, houve uma representação da Procuradoria Geral do Estado para que o MPPE analisasse o cabimento da propositura de ação para dissolução das associações.

No ano passado, depois de muitos anos promovendo até mesmo políticos oriundos da corporação, os socialistas mudaram de orientação e retiraram as associações das mesas de negociação, transferindo o poder de decidir sobre os salários para os coronéis da PM, ajudando a desagradar ainda mais os representantes das entidades, em função da perda de poder e perspectiva de falência a médio e longo prazo.