Estadão Conteúdo - O presidente Michel Temer decidiu tratar em sigilo a escolha do novo ministro da Justiça para que o tema não contamine a sabatina desta terça-feira (21) de Alexandre de Moraes no Senado.

Licenciado do ministério desde o último dia 6, Moraes foi indicado por Temer para integrar o Supremo Tribunal Federal e seu nome passará pela avaliação da Comissão de Constituição e Justiça.

O governo espera que a indicação de Moraes também seja votada ainda nesta terça no plenário do Senado e, embora tenha ampla maioria para aprovar o nome na Casa, quer evitar que ruídos em torno do sucessor do ministro causem embaraços na sabatina.

Desde sexta-feira (17) quando o ex-presidente do Supremo Carlos Velloso recusou o convite para assumir a Justiça - sob a alegação de que tem contratos a honrar, em seu escritório de advocacia - Temer tenta driblar a disputa entre o PMDB e o PSDB.

LEIA TAMBÉM » Carlos Velloso recusa convite de Temer para ser ministro da Justiça » CCJ sabatina nesta terça-feira Alexandre de Moraes, o indicado de Temer para o STF A bancada do PMDB na Câmara pressiona o presidente pela nomeação de um mineiro na Justiça.

O nome defendido pelo grupo é o do deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG).

Nos bastidores, porém, senadores do PMDB reclamam das cobranças feitas pelos correligionários da Câmara.

Temer tem dito que só escolherá o novo ministro após a sabatina de Moraes.

Nos últimos dias, porém, conversou com vários aliados, em São Paulo e em Brasília, mas pediu discrição. » Temer decide nomear Velloso, ex-ministro do STF, para a Justiça O vice-procurador-geral da República, José Bonifácio de Andrada, tem agora o apoio do senador Aécio Neves (MG), presidente do PSDB, para assumir a Justiça.

O nome do subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Gustavo do Vale Rocha, entrou nesta segunda-feira, 20, na bolsa de apostas dos citados para ocupar a pasta.

Além da preocupação em não contaminar a sabatina de Moraes no Senado, Temer também tenta contemplar a bancada do PMDB na Câmara com outros cargos.

O deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES), por exemplo, ganhou força para ser o novo líder do governo na Câmara.