Alvos de processos disciplinares por causa das mobilizações dos últimos meses, três dirigentes de associações de policiais militares foram afastados das suas funções pela Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS).

A portaria assinada pelo secretário Ângelo Gioia foi publicada no boletim geral da pasta nesse sábado (18) e é referente a uma decisão da sexta-feira (17), dia em que foi anunciada a troca de comando na corporação e na Polícia Civil do Estado.

Os alvos foram o presidente da Associação de Cabos e Soldados, Albérisson Carlos da Silva, e o vice-presidente da entidade, Nadelson Leite Costa, além de Vlademir Leite Costa, presidente da Associação dos Militares Estaduais (AME).

LEIA TAMBÉM » Governo diz que garante segurança ao cidadão durante o Carnaval 2017 » Após troca de comandos, secretário defende respostas “duras” a movimentos de PMs » Com Gioia no controle, SDS queria um perfil mais operativo na comando da PM Gioia afastou os três PMs por 120 dias, podendo prorrogar a punição por mais quatro meses se os processos disciplinares contra eles não tiverem sido concluídos nesse prazo.

Na portaria, o secretário afirma que o afastamento é necessário “à garantia da ordem pública” e à condução das investigações contra eles.

O três deverão devolver a identificação funcional e as armas e munições.

Em coletiva de imprensa após a troca dos comandos, Gioia havia defendido que o governo Paulo Câmara (PSB) dê “respostas duras” a movimentos de PMs. “Forças policiais não podem fazer greve.

Ninguém tenha dúvida de que o Estado estará duro com quem apostar no caos.

Não reconheço essas pessoas como representantes de nada nem de ninguém.

Jamais pautariam ações do Governo do Estado”, disse o secretário. » Paulo Câmara aumenta valor da jornada extra paga aos PMs e Policiais Civis, às vésperas do Carnaval » Paulo Câmara sanciona aumento dos Policiais Militares, na presença dos comandos da PM e do BM, sem associações e políticos » Procuradoria de Pernambuco pede ao STF inconstitucionalidade de lei que anistia PMs O coronel Carlos D’Albuquerque deixou o comando da PM após um mês de negociações com os secretários da gestão estadual para chegar ao plano de reajustes sancionado na última quinta-feira (16) por Paulo Câmara.

Os aumentos são de 25% a 40% até 2018.

Reivindicando salários equiparados aos dos policiais civis, os militares protestaram em frente à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) após a aprovação da lei gritando “Não vai ter Galo!”, em referência ao Carnaval.

Na reunião com o secretariado desse sábado (19), o governo garantiu que haverá policiamento durante os dias de festa.

Os PMs estão em ‘operação padrão’ desde o início de dezembro, sem cumprir o programa de jornadas extras e, portanto, reduzindo o efetivo nas ruas.

O Estado chegou a pedir o apoio das Forças Armadas no fim do ano passado.

Albérisson Carlos e Nadelson Leite, dois dos três policiais afastados, chegaram a ser presos durante uma assembleia dos policiais no dia 9 de dezembro, mas foram soltos dois dias depois.