Em meio a um motim da Polícia Militar do Espírito Santo e à discordância entre policiais pernambucanos e a gestão estadual, o governador Paulo Câmara (PSB) e representantes de outros estados assinaram, nesta quarta-feira (15), durante o Fórum Permanente dos Governadores, um documento pedindo que não seja aprovada nenhuma anistia aos PMs que sejam punidos por manifestações consideradas ilegais. “Neste momento de instabilidade e insegurança, é preciso agir com firmeza para que situações semelhantes não se expandam para outras regiões do País”, diz o documento.

No dia em que o reajuste proposto pela sua gestão para a PM foi aprovado pela Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), sob protestos dos policiais e da bancada de oposição, Paulo Câmara ainda afirmou: “A disciplina e a hierarquia das polícias militares também precisam ser respeitadas”.

A tropa está em “operação padrão” desde dezembro, sem cumprir o Programa de Jornadas Extras de Segurança (PJES) e provocando desfalques nas escalas de plantões e no policiamento.

Insatisfeita com o plano de aumento salarial aprovado, promete manter a mobilização.

O documento assinado pelo socialista defende que a União também tenha atuação na segurança, um tema de responsabilidade constitucional dos estados.

Para os governadores, ao implantar o Plano Nacional de Segurança Pública, a fonte de financiamento das ações deve ser prevista, com o Fundo Nacional de Segurança.

Paulo Câmara ainda voltou a defender que o governo federal seja responsável por ações nas fronteiras. “Esse conjunto de medidas deve conter ações e estratégias que garantam não só a segurança nas cidades, mas o controle as nossas fronteiras, de forma a combater, principalmente, o tráfico de drogas e de armas”, disse o governador. “A população quer que os governantes assegurem a tranquilidade para andar nas ruas, com paz e segurança.

Temos essa responsabilidade e precisamos fazer o que estiver ao nosso alcance para vencer mais esse desafio, pois a crise econômica e o crescimento do tráfico de drogas agravaram ainda mais a questão da segurança pública.

Esse enfrentamento da violência e da criminalidade será efetivo de forma integrada e federativa”, afirmou o socialista pela assessoria de imprensa após o encontro, que teve como tema a crise na segurança. » Leia a íntegra do documento assinado pelos governadores: