Acusado pela oposição de não assumir, como fazia Eduardo Campos, a responsabilidade pelo combate à violência, o governador Paulo Câmara realiza um ato simbólico, nesta segunda-feira, a partir das 15 horas, mesmo dia em que começam as audiências públicas para debate da proposta do reajuste dos Policiais Militares na Assembleia Legislativa.

As associações, por outro lado, logo pela manhã, prometem mobilizar policiais para lotar as galerias da Alepe durante a apreciação do texto, nesta segunda e terça-feira.

O socialista marcou, em sua agenda, neste 13 de fevereiro, às 15 horas, uma reunião com prefeitos e Secretários de Segurança da Região Metropolitana sobre o Pacto Pela Vida, no Palácio do Campo das Princesas, na Praça da República.

O aliado e prefeito do Recife, Geraldo Julio, já confirmou participação em sua agenda oficial des segunda-feira.

De manhã, por volta das 12 horas Paulo Câmara terá ainda uma visita às obras do Patteo Shopping de Olinda, na Av.

Getúlio Vargas, no bairro de Casa Caiada.

A proposta da gestão Paulo Câmara (PSB) de reajuste aos militares chega esta semana ao seu momento crucial, com a análise pela Assembleia Legislativa, e as duas partes na negociação – governo e associações militares – adotando movimentos bem distintos.

A aposta do Executivo é que a tropa se alinhe aos benefícios avalizados por seus comandantes e enfraqueça o poder das associações, que o governo não reconhece sequer como legitimadas para estar na mesa de negociação.

A radicalização do movimento também tem como pano de fundo a disputa entre o deputado estadual Joel da Harpa (PTN), um dos cabeças da greve em 2014, e o presidente da Associação de Cabos e Soldados, Albérisson Carlos (PSDB), pelo papel de líder da base militar.

Ambos tentarão vaga na Alepe em 2018. ] A aposta do secretário de Defesa Social, Angelo Gioia, é que as medidas disciplinares e os inquéritos militares instaurados no ano passado evitem situação similar à do Espírito Santo. “Homens armados não podem confrontar poderes constituídos e democraticamente eleitos”, argumenta o secretário, em entrevista ao Resenha Política, nesta sexta-feira, na Tv JC.

A votação do reajuste dos militares em Pernambuco acontece num momento de recuo da paralisação da PM do Espírito Santo, após uma parada de sete dias deixar um saldo de 127 homicídios, mais do que todo o mês de fevereiro de 2016.

No Estado, os PMs já paralisaram suas atividades três vezes: 1997, 2000 e 2014.

Por lei, militares são impedidos de se sindicalizar e entrar em greve.

Em Pernambuco, o movimento ensaiou uma greve no final de 2016.

O governo, então, prendeu líderes militares e conseguiu na Justiça multas pesadas contras as associações.

A retirada da mesa de negociação deixou as entidades à margem do processo.

Aumento proposto o governo Paulo Câmara diz que a proposta representa um grande esforço financeiro para os cofres estaduais e que seria o maior acordo de valorização funcional da história de Pernambuco, no momento em que o Brasil passa pela maior crise financeira da história.

Pelas contas do executivo estadual, o reajuste representará um acréscimo de R$ 303 milhões na folha de pagamento de 2017.

O aumento será parcelado.

A proposta estabelece as correções para os meses de Maio de 2017, Abril de 2018 e Dezembro de 2018.

No dia da apresentação das propostas, não fakltaram críiticas às associações militares. “Infelizmente, durante todo esse processo, iniciado em novembro de 2016, as associações militares se negaram a conversar com os comandos militares.

O Governo de Pernambuco continuará atuando para devolver aos comandos militares a disciplina e a hierarquia, necessárias a instituições com uma respeitável folha de serviços prestados ao povo do nosso Estado”. “Os novos valores são o resultado de muito diálogo, em 17 reuniões realizadas entre o Governo do Estado e os comandos da PMPE e do CBMPE, que representam a tropa na valorização das duas corporações.

Pernambuco será um dos primeiros Estados do Brasil a priorizar a equiparação entre as corporações militares e a Polícia Civil, que será atingida no final de 2018”. “Nos últimos dois anos, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar receberam um aumento médio de 20% em 2015 e 20% em 2016.

A política salarial tem objetivado reduzir a diferença de soldo entre os oficiais e os praças”.