Nesta segunda (13) Caruaru ganha espaço dedicado ao registro das artes figurativas do barro: o Memorial Manuel Eudócio.

Localizado no Alto do Moura, o memorial irá ocupar o mesmo local onde funcionava o ateliê do artista, que morreu há exatamente um ano, aos 85.

O público passará a ter acesso ao acervo de mais de 100 peças que farão parte da exposição permanente do artesão que foi o primeiro discípulo do Mestre Vitalino.

As últimas esculturas produzidas por Manuel e que estavam à venda no ateliê quando ele era vivo agora passarão a integrar a coleção do memorial, junto com outras obras inéditas produzidas por ele.

Esses trabalhos figuram as mais diversas cenas do cotidiano interiorano, como as obras intituladas de Casamento Matuto, Lampião e Maria Bonita, Casamento na Polícia e Almoço de Casamento.

Isso sem falar nas figuras do Reisado representadas pela obra Bumba Meu Boi, composta por 28 personagens, que Eudocio chegou a fazer em série.

Esta obra se transformou em uma das mais representativas do artista, compondo inclusive, coleções particulares e acervos de museus importantes.

A ideia do memorial vinha sendo discutida há muitos anos pelo próprio Manuel Eudócio, que chegou a produzir algumas peças para deixar como legado para as gerações futuras, segundo Ademilson Eudócio, filho do artista que seguiu a profissão do pai. “Este memorial vai ser de grande importância para nós que somos filhos e também para Caruaru, Pernambuco.

Papai chegou a ser patrimônio vivo de Pernambuco e muito reconhecido, então esse legado dele tem que continuar com esse material sendo visto pelos visitantes que virão à Caruaru.

Eu acho que é de grande importância para a nossa cultura, para a nossa arte e nossa cidade”, pontuou Ademilson.

O presidente da Fundação de Cultura, Lúcio Omena, também reconhece a importância do artista para a projeção da cidade. “Seu Manuel Eudócio foi um de nossos artistas mais importantes e passou por toda a evolução da construção do boneco de barro.

Ele era um especialista nas nossas festas populares, talvez fosse a pessoa que mais entendesse de Reisado aqui no interior.

Para a gente foi uma perda muito grande, um ano da morte dele, mas a memória precisa permanecer viva por que ele precisa inspirar a todos”, disse.