O ministro da Saúde, Ricardo Barros, comprou em 2014 metade de um terreno de R$ 56 milhões em Marialva, no Paraná, segundo o jornal Folha de S.
Paulo.
No mesmo ano, ao se candidatar a deputado federal, Barros declarou à Justiça Eleitoral ter bens de R$ 1,8 milhão.
De acordo com o jornal, deve ser construído um condomínio de alto padrão na propriedade, de 1,3 milhão de metros quadrados. À Folha, o ministro afirmou que fez um empréstimo de R$ 13 milhões de seu sócio na compra, uma empresa do setor imobiliário.
Segundo as informações de Barros ao jornal, o valor foi para dar seu sinal na compra, que seria feita em três parcelas.
O ministro usou duas empresas, a MRC e a RC7, criadas em outubro de 2013 e maio de 2014 em nome dele e da mulher, a vice-governadora do Paraná, Cida Borghetti (PP).
As empresas têm capital social de R$ 10 mil cada.
LEIA TAMBÉM » Comissão de Ética vai apurar conduta do ministro da Saúde em evento eleitoral » “Homem procura menos serviço de saúde porque trabalha mais”, diz ministro da Saúde » Ministro da Saúde pede desculpas sobre cuidado de saúde dos homens Em 2015, já como deputado, Barros fez um requerimento apoiando a liberação de R$ 450 milhões de emenda da União para a construção de uma rodovia de 32 quilômetros que passa a 3 quilômetros do terreno, de acordo com o jornal.
A emenda havia sido apresentada já em 2014 pelos deputados do estado, entre eles a mulher dele.
Cida declarou um patrimônio de R$ 805 mil na mesma eleição.
Uma das empresas, a MRC, tem sede no escritório político de Barros em Maringá.
De acordo com a Folha, foi montada 20 dias antes da divulgação do estudo de impacto ambiental da rodovia pela prefeitura, que tinha como prefeito Roberto Pupin (PP), aliado do ministro.
A partir do ano passado, o ministro e a esposa deixaram de aparecer como proprietários e sim como fiadores.
Isso quer dizer que seriam responsáveis por dívidas não pagas pelo responsável direto.
Barros disse à Folha que vendeu suas duas empresas à sócia que havia concedido o empréstimo.
Assim, as microempresas foram dadas em troca do empréstimo de R$ 13 milhões.
Resposta Em nota, o Ministério da Saúda afirmou que a reportagem “induz ao erro”. “Como se sabe, o valor capital social de qualquer empresa não limita seus negócios”, diz o texto.
Leia a íntegra: “‘Sem verificar os documentos’, como afirma a reportagem, sequer o especialista consultado pelo jornalista afirma haver irregularidade, tratando apenas como uma situação que classificou como ‘incomum’.
Reforça-se, em texto em ‘Outro Lado’, que, ‘como se sabe, o valor capital social de qualquer empresa não limita seus negócios’.
A matéria, ainda, afirma que as informações foram ‘obtidas pela Folha em cartórios’.
Toda a documentação e transações respectivas à aquisição de um lote de terras na região de Marialva, Paraná, estão declaradas e impostos pagos. É evidente que, nos cartórios, estão claras todas as etapas do negócio.
Sobre o trecho da reportagem, ‘À Folha o ministro disse que vendeu à Paysage suas duas empresas, o que levou, segundo ele, à ‘quitação’ do empréstimo de R$ 13 milhões.
Ou seja, as microempresas recém criadas foram dadas em troca do empréstimo’.
Para não confundir o leitor, significa que o empréstimo e o juros foram pagos com a transferência das empresas detentoras da propriedade de 50% do terreno.
A bancada de deputados federais do Paraná apresenta emendas para garantir recursos para uma obra viária na região desde 2011.
Assim, não seria diferente que, conforme a reportagem, ’em 2015, na condição de deputado, ele (Ricardo Barros) apoiou, por meio de um requerimento, a liberação de R$ 450 milhões de emenda da União para a construção de uma rodovia de 32 km que passa a 3km do terreno’.
Vale ressaltar que o anúncio convênio entre a prefeitura municipal de Maringá e o DNIT firmado em 2011, ocorreu três anos antes da compra do terreno.
Ou seja, no período do compra dos terrenos próximos, qualquer ganho possível com a eventual valorização já teria ocorrido.
Portanto, o apoio se deu pela importância da obra viária para a região.
Vale destacar que a obra do contorno Sul sequer foi realizada até o momento.
Ainda, por anos seguidos, a bancada destinou recursos para a região.
O ministro da Saúde reitera sua determinação de economizar R$ 3 bilhões de reais no primeiro ano de sua gestão a frente do ministério, enfrentando quaisquer interesses contrários à boa gestão pública.
Em nove meses já economizou e reaplicou com melhor eficiência na rede pública cerca de R$ 2,2 bilhões.”