O presidente Michel Temer (PMDB) tem sofrido pressão do seu partido para indicar um nome da legenda para a vaga no ministério da Justiça.

A sigla alega ao presidente mais espaço no governo federal.

Segundo a Folha de São Paulo, Temer tem dois nomes fortes do partido para indicação: o ex-secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro José Beltrame e o deputado federal Osmar Serraglio (PR).

O PMDB tem se queixado de que foram desprestigiados na última minirreforma ministerial, anunciada na semana passada com prestígio ao PSDB.

O partido tem pressionado Temer para controlar o ministério, que ficou vago após a indicação de Alexandre de Moraes para o Supremo Tribunal Federal (STF), na última segunda-feira (6).

O partido de Temer diz que ocupa um espaço subdimensionado na Esplanada e cobra o comando da Justiça como contrapartida ao presidente ter entregado ao PSDB a Secretaria de Governo, antes sob o comando de Geddel Vieira Lima (PMDB).

No entanto, é notório a intenção de Temer em atender ao partido, porém ele quer alguém que tenha além de formação jurídica, tenha um perfil técnico, mesmo que seja filiado à sigla.

Michel Temer tem utilizado o mesmo discurso que usou dias antes de indicar Alexandre de Moraes ao STF: de não passar a ideia que o governo quer interferir na Operação Lava Jato.

LEIA TAMBÉM » “Não houve críticas, só elogios”, diz Temer sobre indicação de Alexandre de Moraes » Temer sinaliza que precisará de 15 dias para definir ministro da Justiça o ex-secretário Beltrame é a opção dos integrantes da equipe presidencial diante do atual quadro da crise penitenciária.

Ele tem simpatia da opinião pública e seria uma maneira de prestigiar a mudança no nome da estrutura, que passou a se chamar Ministério da Justiça e da Segurança Pública.

Já biografia de Serraglio, foi professor de direito administrativo e é próximo ao ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.

Segundo aliados e assessores, com o deputado no comando da pasta, seria uma forma de Temer fazer um aceno ao ministro, que se incomodou com a perda de espaço no Palácio do Planalto após a nomeação de Moreira Franco para a Secretaria Geral da Presidência.

Outro nome a ser cotado para a vaga de Moraes fo do ex-ministro do STF Nelson Jobim, do PMDB.

Mas a sua atuação na advocacia privada poderia inviabilizar a indicação a um cargo público.

Mesmo caso foi do advogado Antonio Mariz, amigo do presidente e que também já foi sondado para o posto na Esplanada. » Temer confirma indicação de Alexandre de Moraes ao STF O partido tucano, por sua vez, também almeja o poder sobre o Ministério da Justiça, mas o Planalto já apontou que sinais que a indicação de Antonio Imbassahy (BA) para a Secretaria de Governo já contemplou o partido.

Senado O presidente Michel Temer decidiu nessa terça-feira (7) que só vai indicar o novo ministro após o nome de Alexandre de Moraes for aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

Ele acredita que o nome do tucanos seja aceito com tranquilidade, mas quer evitar a mensagem pública de que o Executivo está atropelando o Judiciário.

De acordo com um assessor presidencial, se Temer indicasse um nome antes da aprovação de Moraes, a atitude poderia ser encarada como uma “comemoração antes da hora”.

A previsão é que a sabatina ocorra no próximo mês, já que o regimento estabelece prazo de 20 dias entre a indicação e a sabatina.

Questionado quando iria indicar o novo ministro da Justiça nessa terça, o presidente respondeu primeiro que seria “em muitos dias”.

Logo após, afirmou que seria cerca de 15 dias.

Ele também disse que o novo ministro fará parte de sua “cota pessoal”. “O ministro da Justiça é muito importante.

Vamos escolher de forma pessoal”, alegou.