Por 314 votos a 17, a Câmara dos Deputados aprovou na noite dessa terça-feira (7) o regime de urgência para o projeto de lei que revoga o direito do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de expedir instruções para a execução da Lei dos Partidos Políticos.

Isso quer dizer que, se aprovada, a lei irá relaxar as regras para os partidos.

Além de tirar o direito do TSE sobre os partidos, as legendas poderão, com a lei, manter o registro partidário mesmo quando tiverem as contas desaprovadas.

O projeto permite ainda que os partidos tenham órgãos provisórios com vigência indeterminada.

LEIA TAMBÉM » Partidos implicados na Lava Jato votam em peso em proposta de abuso de autoridade » “Partidos não são mais capazes de capitalizar massas”, diz professor Com a aprovação do regime de urgência, o projeto poderá ser analisado em Plenário já nesta quarta-feira (8).

O autor foi o deputado licenciado Maurício Quintella (PR-AL), atualmente ministro dos Transportes do governo Michel Temer (PMDB).

O líder da Minoria na Câmara, José Guimarães (PT-CE), defendeu o projeto argumentando que a lei vai acabar com a judicialização das eleições. “Estamos ratificando a Constituição, que dá autonomia aos partidos.

Quando não tem uma lei clara, o TSE cria uma regra.

E precisamos evitar essa judicialização”, previu. » Armando Monteiro diz que maior número de partidos dificulta governança » Partidos, Congresso e presidência têm menor confiança da população, diz pesquisa Já Hildo Rocha (PMDB-MA) criticou o fato de a proposta mudar a regra para a prestação de contas do fundo partidário. “É dinheiro público”, afirmou o peemedebista.

Chico Alencar (PSOL-RJ) ainda criticou o pedido de urgência. “Sob a capa de assegurar autonomia, acaba retirando prerrogativas importantes do órgão fiscalizador, que é a Justiça Eleitoral.

Outro elemento do projeto é que ele acaba liberando os órgãos de direção para nunca prestar contas”, justificou. * Com informações da Agência Câmara