O PSDB e PMDB devem travar uma disputa para indicar o novo ministro da Justiça que ocupará a vaga de Alexandre de Moraes.

O ministro da Justiça licenciado foi indicado pelo presidente Michel Temer como novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) para substituir o ex-ministro Teori Zavascki, morto em um acidente aéreo no último dia 19, em Paraty, no Rio de janeiro.

De acordo com o jornal O Globo, peemedebistas marcaram um encontro nessa segunda-feira (6) na casa do novo presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), para discutir sobre o assunto.

A ideia era influenciar a indicação do novo ministro mas, segundo um dos articuladores, o nome do novo ministro da Justiça não deverá ser de um senador.

No entanto, não houve reunião e os senadores se reuniram na presidência do Senado para conversar sobre o assunto.

Os parlamentares reivindicaram a indicação, mas foram surpreendidos pela declaração de Temer de que a nomeação do novo ministro da Justiça só ocorrerá daqui há 15 dias, já que o presidente quer esperar a aprovação do nome de Alexandre de Moraes para o STF na CCJ. “Vamos conversar sobre isto, ver quais são os nomes possíveis.

Mas não deve ser nenhum senador”, afirmou um senador peemedebista.

LEIA TAMBÉM » Temer sinaliza que precisará de 15 dias para definir ministro da Justiça » “Não houve críticas, só elogios”, diz Temer sobre indicação de Alexandre de Moraes Não é apenas a bancada peemedebista que está de olho no cargo.

Os parlamentares tucanos também pretendem brigar para manter a vaga, já que Moraes, apesar de ser amigo pessoal de Temer, é quadro do partido.

Os dois nomes mais cogitados para ocupar a pasta no lugar de Moraes são os dois senadores Aloysio Nunes (PSDB-SP) e Antonio Anastasia (PSDB-MG), que já ocupou interinamente o Ministério da Justiça. “É natural que o PSDB brigue pelo cargo.

Temos bons quadros no partido, como Aloysio e o Anastasia.

E ainda abriria a vaga de líder do governo, que é cobiçada pelo Eduardo Braga (PMDB-AM).

Agora, vai ser uma queda de braço com o PMDB”, disse um dos senadores do PSDB.

Apesar da crise no sistema carcerário e a greve dos policiais pelo país, o Ministério da Justiça a ser comandada desde a última segunda (6), de forma interina quando Moraes deixou a pasta, pelo secretário-executivo, José Levy Mello do Amaral Júnior.

Estima-se que Levy permanecerá no cargo interinamente nos próximos 15 dias, enquanto Temer decide em quem nomear para a pasta. » Procuradores da República saem em defesa da indicação de Alexandre de Moraes para o STF Entre conversas com aliados, o presidente tem dito que não pretende indicar o nome de seu novo ministro através de nenhum partido.

Ele quer alguém com um perfil técnico e com quem tenha relação direta, como foi durante todo este tempo com Moraes.

Um senador do PMDB com quem o presidente conversou sobre o assunto disse que ele não dará a vaga ao PSDB. “Não será uma indicação partidária, pode ser alguém que tenha vinculação com o PMDB, mas que tenha relação direta com o presidente”, disse esse aliado, sob a condição do anonimato.

O PMDB está incomodada com o crescimento dos tucanos no governo de Michel Temer, especialmente com a nomeação do ex-líder do PSDB, Antonio Imbassahy (BA), para a Secretaria do Governo. “Ninguém quer esse ministério da Justiça, ele é muito técnico e ainda poderia nos acusar de querer controlar a Polícia Federal.

Queremos um ministério político que tenha ramificações nos estados”, explica um deputado peemedebista.