Antes mesmo da fala do governador Paulo Câmara para a rádio Jornal, criticando a politização do tema da segurança, o deputado Álvaro Porto afirmou, nesta segunda-feira, que, enquanto a população está refém da insegurança e setores da economia começam a ser atingidos pela violência, o Palácio o Campo das Princesas trata a questão como ficção ao priorizar discursos e não agir. “A vida real nos mostra diariamente que vivemos numa terra em que o descontrole da violência tem relação direta com a incapacidade do Governo de pelo menos iniciar um processo que reverta esta situação", disse em discurso na tribuna da Assembleia Legislativa.
LEIA TAMBÉM » Paulo Câmara reclama de “politização” de movimento de PMs e diz que greve seria “irresponsabilidade” » Liga da Justiça, ‘covarde’, ‘balela’: reajuste da PM gera bate-boca na Alepe Para o deputado, ao tratar o episódio de Porto de Galinhas como um “fato isolado” e sem prejuízo para o turismo o Palácio do Campo das Princesas comprova a falta de sintonia do Governo com a realidade, além de ser, segundo ele, um escárnio com a população. “A maneira como o Executivo reagiu foi uma agressão a empresários e a trabalhadores que vivem do turismo naquela região e com os visitantes que vêm até o estado em busca de sossego”, disse.
Na última sexta-feira, cerca de 20 bandidos arrombaram agências bancárias, saquearam caixas e fizeram disparos em Porto de Galinhas, aterrorizando turistas e moradores.
No mesmo dia, o secretário estadual de Turismo, Felipe Carreras, afirmou que o balneário não precisaria de reforço policial. “Onde será que vive o secretário?
Ele não acompanha o noticiário do Estado?
Não vê depoimentos e vídeos expostos em redes sociais?”, questionou Porto. » Oficiais da PM reclamam de “abismo” em relação a salários da Polícia Civil » Insatisfeita com reajuste, associação de PMs quer ampliar operação padrão nos presídios O deputado destacou que a população espera menos declarações e mais ações do Governo.
Disse também que escalar interlocutores para rebater críticas ou meras constatações não inibe bandidos. “Isso só gera um debate improdutivo que pouco interessa a quem vive refém do medo de assaltos nas ruas, nos ônibus, nos bancos e agora nas praias do Estado”. “Os porta-vozes escolhidos pelo Palácio não convencem ninguém.
Pelo contrário, conseguem apenas reafirmar a distância que o Governo e, infelizmente, o governador têm da realidade.
Foi assim, no caso da resposta ao sociólogo, professor e pesquisador da UFPE José Luiz Ratton”, destacou.
Em janeiro, Ratton afirmou, a partir de dados científicos, que Pernambuco tinha atingido naquele mês o maior índice homicídio desta década. “Mesmo considerado um dos principais idealizadores e executores do Pacto pela Vida, Ratton foi atacado por um ex-secretário que preferiu entrar no campo pessoal e valorizar a paternidade do já morto e enterrado programa.
Adivinha a quem a população deu crédito?”. » Governo anuncia reajuste da PM em três parcelas até 2018 » Comandante da PM diz que reajuste “não foi ideal, mas o melhor possível” No seu discurso, Porto lembrou que nas várias vezes que tratou do tema na tribuna perguntou o que faltava acontecer para que Paulo Câmara tomasse para si o papel que lhe foi conferido pelo voto dos pernambucanos e assumisse pessoalmente o comando da política de segurança pública do Estado. “Ataques a órgãos públicos federais e a secretarias estaduais já ocorreram.
Arrastões no focos de carnaval em Olinda, nos domingos de lazer do Marco Zero e a metros do Palácio do Campo das Princesas também já.
Do mesmo modo, rebeliões e mortes dentro de presídios não faltam e assaltos e assassinatos em índices cada vez mais alarmantes se sucedem". “O que falta mesmo é competência para o Estado enfrentar marginais, se adiantar às ações da bandidagem e dar respostas à sociedade”, atacou.