Estadão Conteúdo - Para ver pronta a Ferrovia Transnordestina, cujas obras se arrastam há mais de dez anos, o governo concordou em aportar mais R$ 1,4 bilhão no projeto nos próximos três anos.
A CSN, sócia privada da ferrovia, promete colocar mais R$ 1,8 bi até 2021, quando a obra seria concluída.
A proposta financeira foi apresentada nesta segunda-feira (6) pela Transnordestina Logística S/A, o braço da CSN responsável pelo projeto.
A obra é alvo de uma decisão do Tribunal de Contas da União (TCU), que mandou paralisar os repasses do governo.
Por isso mesmo, o governo concordou com os novos aportes, mas com uma condição: eles só serão feitos se a empresa cumprir as condições impostas em janeiro de 2016 pelo TCU.
Valor final da obra A corte de contas quer, entre outras coisas, saber qual será, afinal, o valor da obra.
Para isso, exige que seja elaborado um novo estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental (Evtea) - um trabalho que consome meses.
A partir desse estudo, será possível determinar quanto, afinal, a TLSA aportará no projeto.
Até agora, a obra já consumiu pelo menos R$ 6,3 bilhões, sendo aproximadamente 80% de recursos públicos.
Pela proposta apresentada na tarde desta segunda-feira em reunião no Palácio do Planalto, a TLSA se dispõe a aportar R$ 133,5 milhões na obra este ano.
O governo entraria com igual valor, além de ressarcir a TLSA por obras já realizadas no valor de R$ 300 milhões, dos quais R$ 150 milhões já foram repassados no mês passado.
Tudo somado, o orçamento deste ano será de R$ 567 milhões. “Dá para tocar bem a obra em 2017, até construirmos uma solução final”, disse ao jornal O Estado de S.
Paulo o ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella Lessa, que participou da reunião ao lado dos ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, do Planejamento, Dyogo Oliveira, e da Integração Nacional, Hélder Barbalho.
Ele frisou que o desenho depende de a TLSA cumprir as condições impostas pelo TCU.
O ministro considerou acertada a decisão da corte de contas.
Pelo plano apresentado pela TLSA, as obras receberiam investimentos até 2021.
No ano que vem, governo e setor privado aportariam R$ 739 milhões cada um.
Já em 2019, o aporte de recursos privados seria de R$ 757 milhões, para R$ 225,5 milhões do setor público.
Com isso, o governo atingiria o limite de R$ 7,5 bilhões a serem investidos na obra.
Em 2020, a TLSA colocaria mais R$ 214 milhões no empreendimento e, em 2021, outros R$ 6 milhões.
Esse desenho foi considerado pelo governo como mais adequado que a proposta anterior, apresentada após a TLSA não conseguir os financiamentos que pretendia obter do BNDES e do Fundo de Investimentos do Nordeste (Finor).
Por ela, a maior parte dos recursos privados viria da venda do direito de passagem da ferrovia.
Porém, os técnicos rejeitaram a proposta, por considerar que esses recursos eram apenas uma expectativa de receita.
A proposta apresentada nesta segunda-feira prevê que a parte privada virá de operações de equity (fundos que compram participações em empresas).