Em meio à crise na segurança no Espírito Santo, o deputado federal pelo Rio de Janeiro Jair Bolsonaro (PSC) publicou um vídeo nas suas redes sociais solicitando ao governo estadual que faça a negociação para que o efetivo de policiais militares volte às ruas.
Bolsonaro usou a onda de violência para criticar a defesa da desmilitarização da PM e o desarmamento da sociedade.
O Espírito Santo está sem policiais nas ruas desde a última sexta-feira (3).
Como os policiais não podem entrar em greve, os familiares deles estão na frente dos quartéis, exigindo benefícios para a corporação.
Houve dezenas de homicídios, saques e roubos no estado.
Diante do clima de violência, o governo federal autorizou nessa segunda-feira (6) o envio de tropas das Forças Armadas.
No vídeo, Bolsonaro afirma: “A consequência disso tudo é a violência.
Serve para quem defende a desmilitarização da Polícia Militar, para saber como ficaria a situação da segurança no Brasil em função da desmilitarização”, afirmou.
A proposta é de que haja uma mudança da Constituição, através de uma Emenda, para que as duas - Militar e Civil - sejam unificadas e que todos os policiais tenham uma formação civil.
Hoje cabe à PM o policiamento ostensivo, enquanto a Civil cuida das investigações.
Embora as duas sempre tenham existido, esse trabalho foi mais dividido após a ditadura militar.
Bolsonaro ainda criticou no vídeo o desarmamento da população, após o Estatuto do Desarmamento, aprovado em 2003. “Quem está dentro de casa nao se sente seguro porque foi desarmado.
Começou com PSDB, com FHC, depois com PT, com apoio do PSOL, PCdoB, alguns do meu partido também.
Resolveram desarmar o cidadão de bem, então hoje você não tem segurança nem dentro de casa”, disse o deputado.
O Estatuto do Desarmamento, que continua em vigor, estabelece como idade mínima para a compra de armas 25 anos.
Além disso, o porte só é permitido a quem demonstrar necessidade de ter uma por causa da atividade profissional ou de uma possível ameaça à integridade física. É exigida a certidão criminal negativa e quem estiver respondendo a inquérito ou processo criminal não pode comprar uma arma.
Reforma da Previdência Bolsonaro ainda aproveitou para criticar uma possível inclusão dos militares das Forças Armadas no regime geral de Previdência após a reforma.
Os próprios militares já haviam divulgado uma carta na semana passada. “Não podem se prevalecer da disciplina do militar para subjugá-lo”, defendeu o deputado. “Não passa pela cabeça de ninguém alguém com 65 anos estar combatendo a criminalidade.
Quem está quebrando o estado são vocês, políticos, disse Bolsonaro, afirmando ainda que o governo só lembra das Forças Armadas na “dor de barriga”.