Na volta das atividades parlamentares, deputados de oposição e agencias sindicais retomaram a pressão para dar aumento aos PMs, sob ameaça de novas greves, com a manutenção do cabo de guerra que se viu desde o ano passado.

Participaram do movimento desta quinta, A Associação de Praças de Pernambuco, Associação dos Cabos e Soldados e Associação dos Militares Estaduais. “Não aceitaremos proposta inferior ao aumento concedido a polícia civil”, disse o presidente da ASPRA, José Roberto Vieira.

Na véspera deste ‘movimento’, o Ministério Público recomendou ao comandante da PM que não permita greve Já o deputado Joel da Harpa, oriundo da PM, promete nesta quinta acampar na Alepe. “Irei ficar 24 horas, 48 horas.

Irei a acampar nessa casa a partir de hoje.

Só saio daqui quando esse projeto do aumento chegar e eu puder deliberar com as associações e a com a tropa.

Esse projeto não pode ser empurrado por goela abaixo” , disse o deputado, em discurso na sessão plenária da Assembleia Legislativa.

Basicamente, apenas os parlamentares da oposição participaram.

Os oposicionistas acusaram o deputado Isaltino Nascimento ter provocado o esvaziamento da Alepe.

Na galeria, estavam dezenas de policiais e bombeiros militares que foram a Alepe atendendo ao convite do deputado Joel. “A tropa pediu uma ação na Assembleia pois há informações de que o projeto sobre o aumento salarial da categoria chegará a qualquer momento.

Eles dizem ter medo que a votação aconteça na surdina, sem conhecimento do conteúdo”.

A mobilização começou na tarde da quarta-feira, quando Joel da Harpa ‘somou forças’ com deputados que fazem parte da Bancada de Oposição na ALEPE e realizou uma reunião com as Associações que representam os militares de Pernambuco.

A premissa é que seria hoje um grande dia: PMs e BMs realizariam novo ato público, a partir das 10h, na Alepe. “Vamos acompanhar o Plenário e em seguida reivindicar a Proposta e a nossa Pauta”, afirmava.

Joel da Harpa, interessado no projeto de reeleição, claro ‘garantiu’ total cobertura aos policiais e bombeiros ‘que estão sendo perseguidos por decorrência dos movimentos reivindicatórios’. “Também assumimos o compromisso de analisar a Proposta do Governo e votar de acordo com a vontade da categoria”, disse ele.

A Bancada de Oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) ‘cobrou’ do Governo do Estado a apresentação de uma proposta para os policiais e bombeiros militares do Estado.

A proposta estava prevista para a última quarta-feira (1º), mas que não chegou à Casa de Joaquim Nabuco, no retorno dos trabalhos legislativos, como prometido.

Os parlamentares oposicionistas se reuniram com os representantes da Associação de Cabos e Soldados (ACS), Ação dos Militares do Estado (AME) e Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de Pernambuco (Aspra) para discutir as reivindicações da categoria e forma de contribuição do Poder Legislativo para por fim ao impasse entre militares e o Estado.

O deputado Silvio Costa Filho (PRB), líder da bancada, disse que ‘era preciso reabrir o diálogo’ e distensionar as relações entre Estado e policiais para recolocar a segurança de Pernambuco nos eixos. “O Governo do Estado encerrou unilateralmente a mesa de negociação com a categoria, prometeu apresentar uma proposta agora no retorno do recesso parlamentar, mas até não cumpriu o prometido, ampliando ainda mais a insatisfação da categoria”, avaliou. “A intransigência do Governo do Estado está jogando a categoria para a radicalização.

A postura autoritária do Governo está prolongando esse impasse.

Para nós, é importante ter o apoio dos senhores deputados para construir uma saída.

Queremos o apoio dos senhores para acompanhar o projeto, mas também para combater eventuais perseguições”, pediu o presidente da Aspra, José Roberto Alves.

Líder do PTB na Alepe, o deputado Augusto César se apresentou aos militares para ajudar a negociar uma saída para a crise. “Estamos à disposição da categoria para construir uma saída para uma crise que não interessa ao Estado, à categoria e muito menos À sociedade”, destacou.

Albérisson Carlos, presidente da ACS, tentou reforçou o caráter legalista do movimento. “Nosso movimento é pautado na legalidade, mas o Estado tem feito de tudo para acirrar os ânimos.

Estamos buscando melhorias efetivas para toda a categoria e o apoio da Oposição, nesse momento, é essencial para a nossa luta”, afirmou.

Presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos, o deputado Edilson Silva condenou a proibição de livre associação imposta pelo Governo, assim como a proibição de policiais e bombeiros militares participarem de encontros mesmo em sua folga. “O direito à livre associação é constitucional.

Podemos avaliar, no âmbito da comissão, um encontro entre os representantes militares e da categoria para avaliar abusos e um eventual termo de ajuste de conduta”, propôs. “Sinto ares de democracia, quando somos chamados por um poder, como o Legislativo, para uma reunião e quando paramentares da Oposição nos procuram para empenhar apoio à nossa causa", declarou o presidente da AME, Tenente Assis. “A categoria já obteve da Justiça o reconhecimento ao direito de participar de associações e agora estão recebendo o apoio da casa”.

Silvio disse que a crise na polícia amplia o clima de insegurança nas ruas e tem reflexo no crescimento da criminalidade. “Em 2016, infelizmente registramos mais 4.500 assassinatos em Pernambuco.

Desde 2008 não se atingia essa marca no Estado. É preciso resgatar os princípios do Pacto pela Vida, e esse resgate passa pela valorização dos profissionais de segurança”, defendeu.

LEIA TAMBÉM » PMs enterram o Pacto Pela Vida em protesto na praia de Boa Viagem » Oposição sugere convocação da Alepe durante recesso para votar reajuste de PMs » Comandante da PM inicia negociação e quer reajuste aprovado até o Carnaval Ministério Público recomenda ao comandante da PM que não permita greve Com a Polícia Militar em “operação padrão” há quase dois meses para pressionar o governador Paulo Câmara (PSB) por reajuste salarial, o promotor de Justiça Militar Quintino Geraldo Diniz de Melo emitiu uma recomendação aos dirigentes de associações que representam a categoria, para não fazer assembleias para votar paralisação, aos comandantes da PM e dos Bombeiros, que previnam e até reprimam essas mobilizações.

Se não cumprirem, os responsáveis pelas entidades e pelas corporações podem ser processados.