Agência Brasil - O Supremo Tribunal Federal (STF) deve decidir nesta quarta-feira (1º) o novo relator dos processos da Operação Lava Jato.

A expectativa é de que a presidente do STF, Cármen Lúcia, determine o sorteio eletrônico da relatoria entre os integrantes da Segunda Turma, colegiado que era integrado por Teori Zavascki, antigo relator, que morreu em um acidente de avião no mês passado.

Antes do sorteio, deve ser confirmada a transferência do ministro Edson Fachin, da Primeira Turma para a Segunda Turma.

Informalmente, colegas defendem que o ministro peça transferência por ter perfil reservado, parecido com o do ministro Teori.

Fazem parte do colegiado os ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello.

LEIA TAMBÉM » Vazamentos seletivos de delações da Odebrecht preocupam Planalto » Temer elogia Cármen Lúcia por homologar delações da Odebrecht » Cármen Lúcia homologa as delações da Odebrecht Na última segunda-feira (30), Cármen Lúcia homologou as delações de 77 executivos e ex-funcionários da empresa Odebrecht, nas quais eles detalham o esquema de corrupção na Petrobras investigado na Operação Lava Jato.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, já começou a trabalhar nos pedidos de investigação contra os políticos e empresários citados nos depoimentos de colaboração com a Justiça.

Não há prazo para que eventuais pedidos de investigação ou arquivamento cheguem à Corte.

Lava Jato retomada em Curitiba Os trabalhos da Lava Jato serão retomados nesta quarta-feira (1º) também na Justiça Federal em Curitiba.

Cinco testemunhas de acusação devem ser ouvidas nesta quarta-feira, na ação penal que investiga o ex-ministro Antônio Palocci, o empresário Marcelo Odebrecht e mais 13 pessoas.

Eles foram denunciados pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, após a 35ª fase da Lava Jato, chamada de Omertá, deflagrada em setembro do ano passado e que resultou na prisão de Palocci.

Tanto o ex-ministro quanto Marcelo Odebrecht estão presos na carceragem da Polícia Federal (PF) na capital paranaense.

Estão previstos para hoje os depoimentos dos executivos da empresa UTC, Ricardo Pessoa e Walmir Santana, e dos empresários Vinícius Veiga Borin, Marco Pereira de Sousa Bilinski e Luiz Augusto França.

Todos já assinaram acordos de delação premiada com a Justiça. » O cotidiano e a decadência dos ex-todo-poderosos presos da Lava Jato » “A Lava Jato está passando o Brasil a limpo”, diz Eike Batista » Gilmar Mendes: “Ser relator de um processo como a Lava Jato tumultua a vida” De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), Palocci e a construtora Odebrecht teriam estabelecido um “amplo e permanente esquema de corrupção” entre 2006 e 2015.

O esquema envolveria o pagamento de propina ao Partido dos Trabalhadores (PT).

Os procuradores do MPF afirmam que o ex-ministro teria atuado de modo a garantir que a empreiteira vencesse licitação da Petrobras para a contratação de 21 sondas.

Entre os denunciados no processo aparecem também o ex-assessor de Palocci, Branislav Kontic, o ex-marqueteiro do PT João Santana, a publicitária Mônica Moura, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, o ex-gerente da Petrobras Eduardo Musa e João Carlos Ferraz, ex-presidente da Sete Brasil. À época em que foram feitas, as prisões foram criticadas pela defesa de Palocci.

Os advogados disseram que tudo ocorreu no estilo “ditadura militar”, de maneira secreta, e negaram as acusações, que consideraram vazias.

O diretório nacional do partido classificou o fato como espetáculo pré-eleitoral, já que aconteceu seis dias antes das eleições municipais.