A Polícia Federal em Pernambuco deflagrou, na manhã desta terça-feira (31), a Operação Vórtex, um desdobramento da Operação Turbulência, que investiga supostas irregularidades na compra do avião do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), falecido em 2014.
Fontes ligadas à PF confirmaram ao Blog de Jamildo que o principal alvo das investigações foi a Lidermac Construções, que teria realizado um repasse de R$ 159.910 para a Câmara e Vasconcelos, empresa fantasma considerada pivô de desvios de recursos das obras da Refinaria Abreu e Lima e da Transposição do São Francisco.
LEIA TAMBÉM » Turbulência: PF deflagra nova operação para investigar compra do avião de Eduardo Campos O que chamou a atenção dos investigadores foi justamente que, dois dias após a transferência, a Câmara e Vasconcelos repassou o mesmo valor para compra do avião usado por Eduardo Campos na campanha presidencial de 2014.
De acordo com fontes ligadas à PF, um dos mandados de condução coercitiva foi para Rodrigo Leicht Carneiro Leão, sócio da Lidermac e genro do ministro do Tribunal de Contas da União José Múcio Monteiro.
Os outros alvos do mandado de condução coercitiva, chamados para prestar depoimento e depois ser liberados, teriam sido Gérson Carneiro Leão Neto, Gláucio José Carneiro Leão Filho e Camila Leicht Carneiro Leão.
Para não atrapalhar as investigações, a PF não confirmou oficialmente a informação.
Um dos alvos da operação não estava no Recife, mas entrou em contato com a Polícia Federal para se apresentar.
Foram apreendidos documentos e HDs de computadores. » Dono de jato de Eduardo Campos fecha delação premiada » Operação Turbulência: MPF recorre ao STJ para reabrir ação A PF ressaltou que nenhuma irregularidade foi encontrada ou comprovada.
De acordo com o superintendente regional da Polícia Federal em Pernambuco, Marcello Diniz Cordeiro, até o momento só existem suspeitas, que serão apuradas com a investigação sobre os materiais apreendidos nesta terça.
Durante coletiva na sede da PF, o superintendente explicou que a empresa investigada, que seria a Lidermac, tem diversos contratos com o Governo de Pernambuco.
O Blog apurou que, entre os clientes que a empresa apresenta no seu site, estão a Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur), o Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de Pernambuco (DER-PE) e o Complexo Industrial e Portuário de Suape. » Janot diz que propina foi usada na campanha de Eduardo Campos em 2010 » “Eu tenho a consciência muito tranquila da vida que meu pai levou”, diz filho de Eduardo Campos sobre investigações Outro fato que chamou a atenção dos investigadores foi o aumento exponencial das doações eleitorais por parte da empresa investigada para partidos e candidatos.
Mesmo com o aumento, a própria PF frisa que nenhuma irregularidade foi encontrada.
Confira o aumento no valor das doações: 2006: 30 mil reais 2008: 3 mil reais 2010: 270 mil reais 2012: cerca de 1,5 milhão de reais 2014: 3,8 milhão de reais Ainda segundo fontes, destes R$ 3,8 milhões, R$ 1,5 milhão teriam sido repassados para campanhas do PSB, incluindo a do governador do Estado, Paulo Câmara (PSB).
Ainda assim, não é comprovada nenhuma ilegalidade na doação.
Os outros R$ 2,3 milhão teriam sido repassados para outros 21 candidatos de partidos diferentes.
Uma média de quase 900 mil reais para cada candidato.
A PF informou ainda que a empresa recebeu R$ 87,5 milhões em contratos com o governo.
Destes, R$ 75 milhões teriam sido repassados até 2014, quando o governador era Eduardo Campos.