Quem acompanha a cena política do Estado chama a atenção para a derrota do deputado federal Tadeu Alencar, do PSB, que perdeu a liderança do PSB na Câmara dos Deputados em disputa com a correligionária Teresa Cristina (MT), vice-líder do Governo na Casa.

Tadeu Alencar é o atual líder da legenda e desde ontem já se tratava o desfecho como um revez para o PSB em Pernambuco, de acordo com próprios aliados do partido.

Nesta avaliação, inicialmente, leva-se em consideração que Paulo Câmara é um dos vice-presidentes nacionais do PSB e que o prefeito Geraldo Julio é secretário nacional do PSB.

Mas não apenas isto.

O governador Paulo Câmara chegou a exonerar o secretário de Turismo, Felipe Carreras, deputado federal licenciado, para votar no deputado aliado.

No dia 27, nesse mesmo embalo para cabalar votos para Tadeu Alencar, Paulo Câmara chegou a filiar um deputado federal do PMDB de Minas Gerais George Hilton no PSB, no último dia 27 de janeiro.

De acordo ainda com essas informações de bastidores, o deputado federal João Fernando Coutinho (PSB) teria sido pressionado a votar em Tadeu Alencar, mas resistido.

Neste ano que passou, João Fernando Coutinho ensaiou sair candidato em Jaboatão, mas não teve apoio da legenda, nem do palácio.

Por outro lado, um dos pais da candidatura de Tereza Cristina era o deputado federal Fernando Filho, hoje ministro do governo Temer contra a vontade dos socialistas locais.

O senador Fernando Bezerra Coelho, também do PSB, também trabalhou para eleger a correligionária do MT.

Apesar de o governador Paulo Câmara ter ido a Petrolina prestigiar o filho de Fernando Bezerra, Miguel Coelho, eleito prefeito, o grupo sempre reclama, pelos jornais, que tem sido tratado mal pelo atual governo, tratado a pão e água, apesar de ter sido eleito pelo PSB.

Na recente reforma de Paulo Câmara, por exemplo, o pessoal de FBC registrou que não tem um secretário, enquanto o PMDB tem quatro secretários.

No começo do governo, Paulo Câmara chegou a nomear um indicado de FBC para Suape, mas voltou atras, gerando uma reação pública do senador.

Além de FBC, um dos entusiastas do novo comando teria sido Márcio França, vice-governador de São Paulo pelo PSB e ligado aos tucanos paulistas.

O objetivo dos dois seria enfraquecer Paulo Câmara, mostrar que ele não tem força, de modo a disputar a majoritária com um representante da ala, em parceria com os tucanos - se Geraldo Alckmin sair candidato a presidente em 2018 o atual vice-governador Márcio França assume o governo de São Paulo, dando, em tese, mais força ainda ao grupo de FBC e França, muito ligado a Eduardo Campos também.

Danilo Cabral anteviu?

Nesta segunda-feira, de tarde, o deputado Danilo Cabral chegou a pregar que o PSB deveria buscar a unidade na eleição do novo líder do partido na Câmara Federal. “Estamos em busca de um entendimento, é importante termos unidade é importante no momento em que estamos vivendo”, afirmou ontem.

Segundo ele já dizia, uma possível divisão interna enfraqueceria o partido. “O PSB assumiu uma posição de independência em relação ao Governo Michel Temer.

Temos o compromisso de votar favoravelmente nos assuntos que são importantes para o Brasil, mas com uma postura crítica, especialmente nas pautas que podem colocar em risco as conquistas da sociedade brasileira nos últimos anos”, disse Cabral, nesta segunda.

O partido conta com 34 parlamentares no Congresso. “É uma bancada expressiva de forma qualitativa, que vem dando uma contribuição efetiva na Casa.” Os socialistas tentaram eleger o novo líder ainda no fim do ano passado.

Sem chegarem a um consenso, a escolha foi adiada para a noite desta segunda-feira (30). “Se formos para o bate-chapa, acreditamos que Tadeu tem todas as condições de sair vitorioso”, opinava Danilo, antes do desfecho negativo.

Para o parlamentar, a candidatura do colega pernambucano era natural, porque Tadeu comandou o partido nos últimos meses devido ao afastamento de Paulo Foletto do cargo por motivos de saúde.