O presidente da Compesa, Roberto Tavares, disse ao Blog de Jamildo, que, após a ajuda federal, até março estará com mais de 15 frentes de serviço simultâneas para conseguir finalizar trechos importantes do Ramal do Agreste, no 2º semestre deste ano. “O início do bombeamento de mais um trecho tem que ser comemorado.
Parece mais do mesmo, mas se trata de uma conquista que deve ser comemorada a cada etapa.
Como tocador de obras, sei o quanto é difícil tirar um imenso e complexo empreendimento do papel.
Não há alternativa para o abastecimento do Agreste e parte do Sertão, sem a Transposição.
Logo, é a mais importante obra para os quatro estados do Nordeste Brasileiro (PE, PB, RN e CE)”, disse.
Roberto Tavares conta que a infraestrutura de Pernambuco era para estar pronta antes do final da transposição. “Infelizmente os repasses em 2014, 2015 e 1º semestre de 2016 atrasaram a obra.
Só nos últimos meses do ano é que tivemos um aporte significativo que nos permitiu retomar a obra com força total em 2017”. “Não tenho dúvida que Pernambuco será o Estado que melhor irá usufruir da Transposição.
Com essa seca, nosso presente está sendo caótico, mas estamos seguros de que, quando as obras planejadas saírem todas do papel, nunca mais passaremos pela dificílima situação que estamos passando”. “A estratégia de Pernambuco é diferente dos demais Estados.
Para eles, a transposição vai soltar água na calha dos rios.
Essa água viajará centenas de quilômetros até chegar em barragens, onde se encontram as estruturas atuais de abastecimento.
Esse processo trará perdas maiores no caminho.
Em nosso caso, a água será totalmente entubada.
Para isso, projetamos Sistemas Adutores que funcionarão com essa nova água.
Serão sistemas adicionais aos que já temos.
E ainda manteremos os sistemas existentes, para os anos onde o inverno for bom”, explica.
Por isto, volta e outra, mesmo com discrição, o governador Paulo Câmara exige as obras estruturadoras ao governo Federal. “A Adutora do Agreste é a mais importante.
Precisamos garantir que venham os recursos que faltam (em torno de R$ 670 milhões) e conveniar a 2ª etapa, para acrescentar mais 45 municípios aos 23 da etapa atualmente conveniada”.
Surubim, Bom Jardim, Orobó e João Alfredo terão calendário de abastecimento ampliado A seca prolongada no Agreste de Pernambuco continua ameaçando o abastecimento em todo o Agreste.
Em função da escassez de chuvas na região e para preservar a água da Barragem de Pedra Fina, manancial que fornece água para o Sistema Palmeirinha, a Compesa diminuirá a retirada de água.
Atualmente a barragem está com 27% do volume da sua capacidade total - que é de 6,2 milhões de metros cúbicos.Para garantir a continuidade da distribuição de água nas cidades a Compesa vai ampliar o calendário de abastecimento nos quatro municípios, a partir da próxima segunda-feira (30).
As cidades de Surubim e Orobó passarão a conviver com o rodízio de dois dias com água e 24 dias sem.
Em João Alfredo, o regime será de quatro dias com fornecimento de água e 24 dias sem.
Para Bom Jardim foi estabelecido o calendário de quatro dias com água para 16 dias sem.
As áreas localizadas nas periferias e nas partes mais altas serão abastecidas, de forma complementar, com carros-pipa. “A solução para regularizar o abastecimento nesses municípios, mesmo na ausência de chuvas, é a Adutora do Sirigí, obra emergencial, já em andamento, que vai levar água de Vicência, na Zona da Mata Norte, para esses municípios do Agreste Setentrional”, informa o diretor Regional do Interior da Compesa, Marconi de Azevedo.
Em novembro do ano passado, o Ministério da Integração Nacional iniciou a construção de uma adutora em aço (500 mm de diâmetro), com 37 quilômetros de extensão, que vai interligar o Sistema Produtor do Siriji ao Sistema Integrado Palmeirinha.
O empreendimento deve ser concluído até o mês de Maio desse ano.
A integração de bacias permitirá levar uma vazão de 150 litros de água por segundo da Barragem do Siriji (capacidade total de 17 milhões de metros cúbicos) para o Sistema Palmeirinha.
O Ministério investe R$ 33 milhões na obra, cujo projeto foi elaborado pela Compesa, que também presta apoio técnico na fiscalização dos serviços. “Essa vazão de 150 l/s será retirada da Barragem de Siriji seguindo os padrões estabelecidos pelos órgãos reguladores.
A Compesa tem outorga para explorar o dobro dessa vazão, sem causar nenhum prejuízo ao manancial ou à população atendida hoje pelo Sistema Siriji”, esclarece o diretor.
O Sistema do Siriji começou a operar no ano de 2014 e atende os municípios de Vicência, Buenos Aires, Itaquitinga, Aliança, Condado, Machados, Macaparana e São Vicente Férrer, com uma vazão de 150 litros de água por segundo.