O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia, requereu que seja retirado o sigilo das delações de executivos da Odebrecht, que foram homologadas na manhã desta segunda-feira (30), pela presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia. “É preciso que fique bastante claro a toda sociedade o papel de cada um dos envolvidos, sejam da iniciativa privada ou dos setores públicos.

Nessas horas, a luz do sol é o melhor detergente", destacou o Lamachia.

Cármen Lúcia homologou as delações premiadas dos 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht no âmbito da Operação Lava Jato.

Ao homologar as delações, a ministra não retirou o sigilo do processo e o conteúdo dos depoimentos ainda não pode ser tornado público.

Defendo a quebra do sigilo. É preciso que fique claro a toda sociedade o papel de cada um dos envolvidos.

A luz do sol é o melhor detergente — Claudio Lamachia (@claudiolamachia) 30 de janeiro de 2017 Para o presidente da OAB, a homologação das delações, bem como a pronta continuidade do andamento dos processos da Lava Jato, atendem anseio da sociedade por justiça. “A homologação é um ato de justiça não apenas à memória do ministro Teori Zavascki, mas de garantia à sociedade de que o julgamento da Lava Jato não será interrompido ou mesmo atrasado, beneficiando corruptos e corruptores”, afirmou Lamachia.

Ao longo dos últimos dias, Lamachia requereu publicamente que a homologação e a redistribuição do processo fossem céleres. “Todos devem ser julgados com o rigor da lei, tendo preservados o amplo direito de defesa, mas não podemos aceitar que haja uma interrupção que favoreça quem tanto mal fez ao Brasil”, assegurou o presidente.

FIM DAS ESPECULAÇÕES A decisão de Cármen põe fim a uma série de especulações sobre a velocidade da continuidade da tramitação da Lava Jato, geradas com a morte do ministro Teori Zavascki, no último dia 19, em um acidente aéreo em Paraty (RJ).

A presidente do Supremo homologou as delações uma semana após autorizar a equipe de juízes auxiliares de Teori a continuar as audiências necessárias para a confirmação de cada um dos 77 acordos.

Cármen esteve no final de semana trabalhando no STF em contato com o juiz Márcio Schiefler, braço direito de Teori na condução da Lava Jato na Corte.

Para que o conteúdo das delações seja tornado público, é preciso um pedido da Procuradoria Geral da República (PGR).