Em sua segunda visita a Pernambuco como presidente, nesta segunda-feira (30), Michel Temer (PMDB) voltou a Floresta, no Sertão, para acionar o dispositivo remoto que dá início ao processo de bombeamento da terceira estação do eixo leste da Transposição do São Francisco.

O presidente também assinou a ordem de serviço para a elaboração do projeto do Ramal do Agreste, essencial para levar a água do rio para o Agreste, área castigada pela seca há mais de cinco anos.

Após adiar visitas ao Nordeste nos primeiros meses no cargo, agora Temer tem intensificado as agendas consideradas positivas à região.

LEIA TAMBÉM » Já atrasado, Ramal do Agreste fica para 2020 » Parado, trecho do eixo norte da transposição sai este ano, promete Temer A cidade de Floresta poderá ser abastecida pela água da transposição, que terá o açude Barra do Juá abastecido.

Com a inauguração da estação de bombeamento, que custou R$ 87 milhões, a água pode ainda avançar por 60,9 quilômetros em direção à Paraíba.

A água vai do reservatório de Mandantes e será elevada a uma altura de 63,5 metros, passando por reservatórios em Salgueiro, Muquém e Cacimba Nova e por um aqueduto até chegar à quarta estação de bombeamento, em Custódia, ainda no Sertão. » Em Floresta, Temer vai assinar ordem de serviço para projeto do atrasado Ramal do Agreste » Prefeito petista que vai receber Temer defende parcerias com presidente Foto: @MichelTemer/Twitter O ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, já havia visitado Floresta há dez dias para acionar a primeira das quatro motobombas emprestadas pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), através da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).

Os equipamentos foram cedidos por um período mínimo de 120 dias, podendo ser prorrogado.

De acordo com o ministério, o equipamento acionado vai acelerar a chegada da água do São Francisco às cidades paraibanas de Monteiro e Campina Grande.

Em discurso, Barbalho afirmou que isso deve acontecer ainda na primeira semana de março. » Ministério prorroga prazo de entrega de propostas para Transposição do São Francisco » Temer quer ser lembrado como “o maior presidente nordestino” do Brasil » Governo Temer já usa transposição para tentar melhorar popularidade no Nordeste O eixo leste deverá ser finalizado primeiro, já que há um trecho do eixo norte entre Cabrobó (PE) e Jati (CE) com obras paradas há seis meses, depois que a Mendes Júnior deixou o canteiro.

A empreiteira alegou não ter condições de concluir o serviço por estar com dificuldades de obter crédito após ser envolvida na Operação Lava Jato.

A Integração Nacional faz uma nova licitação e as propostas serão abertas nesta terça-feira (31).

Foto: @MichelTemer/Twitter Com Temer, na inauguração da terceira estação de bombeamento do eixo leste, estão o governador Paulo Câmara (PSB) e os ministros pernambucanos Raul Jungmann (Defesa), Mendonça Filho (Educação), Fernando Filho (Minas e Energia) e Bruno Araújo (Cidades).

Com o estado beneficiado pela obra, os senadores paraibanos Cássio Cunha Lima (PSDB) e José Maranhão (PMDB), também foram ao evento.

De lá, o presidente segue para Serra Talhada, no Sertão, cidade governada pelo petista Luciano Duque.

Na cidade, será inaugurado o novo campus do Instituto Federal do Sertão (IF Sertão), que custou R$ 15 milhões.

Foto: @MichelTemer/Twitter A segunda estação de bombeamento do eixo leste foi inaugurada por Dilma Rousseff (PT) em 2015, quando Temer ainda era vice-presidente.

A primeira, em 2014.

A última visita da petista ao Estado foi em maio, quando foi a Cabrobó para vistoriar as obras no eixo norte da transposição.

A construção do canal da transposição começou em 2007, ainda no governo Lula (PT), com previsão inicial de acabar três anos depois. » Em Pernambuco, ministro aciona primeira bomba emprestada por Alckmin para Transposição » Compesa espera R$ 700 milhões de Temer para concluir Adutora do Agreste » Em tom de despedida, Dilma diz em Pernambuco que ficará triste se não vir fim da Transposição As estações de bombeamento servem para elevar a água que sai do rio São Francisco e fazer com que volte aos canais, de onde continuam a descer por gravidade, passando por aquedutos e túneis subterrâneos.

Essa água pode sair para abastecer comunidades vizinhas ou seguir para reservatórios, para chegar às cidades através de planos de saneamento básico, abastecendo os moradores e a produção agrícola.

Ramal do Agreste A ordem de serviço assinada por Temer após acionar a estação de bombeamento foi para a elaboração do projeto do Ramal do Agreste, que tem características semelhantes à da transposição e levar a água do eixo leste para um açude que será construído às margens do Rio Ipojuca.

De lá, vai pela Adutora do Agreste - ainda em construção - até Gravatá, abastecendo os municípios da região.

A obra já foi de responsabilidade do ministério, passou para o Governo de Pernambuco quando Fernando Bezerra Coelho (PSB) geria a pasta e depois voltou para as mãos da União, sem nunca deixar de ser promessa.

A assinatura representa R$ 29 milhões para o início do projeto, que tem orçamento inicial de R$ 1,2 bilhão.

O prazo previsto para a implantação é de três anos.

O edital de licitação saiu finalmente em abril de 2014, em passagem da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) por Serra Talhada, no Sertão.

Porém, foi suspensa pelo próprio Ministério da Integração Nacional, após apontamentos feitos pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Em 2015, o processo licitatório foi iniciado novamente, mas voltou a ser suspenso.

Está em andamento desde o segundo semestre do ano passado, com relatórios publicados este mês, mais uma licitação, também por Regime Diferenciado de Contratação, o RDC, uma modalidade mais ágil.