A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, homologou na manhã desta segunda-feira (30) as 77 delações da construtora Odebrecht no âmbito da Operação Lava Jato.
De acordo com o UOL, a ministra optou por manter o sigilo dos depoimentos prestados pelos executivos da empreiteira.
Agora, o material deve ser encaminhado para a Procuradoria Geral da República (PGR), que vai analisar o que vai pedir, ou não, para ser investigado na Operação.
Como presidente da Corte, Cármen Lúcia é uma espécie de plantonista durante o recesso do Judiciário, que termina na quarta-feira.
Nessa condição, ela é responsável pelas medidas urgentes no tribunal durante o recesso e, por isso, teve legitimidade para tomar a decisão sozinha.
Essa prerrogativa foi reforçada pelo pedido de urgência protocolado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Só após essa etapa, o Ministério Público Federal pode usar o material para iniciar investigações formais contra autoridades e políticos com foro citados pelos delatores.
A decisão de Cármen põe fim a uma série de especulações sobre a velocidade da continuidade da tramitação da Lava Jato, geradas com a morte do ministro Teori Zavascki, no último dia 19, em um acidente aéreo em Paraty (RJ).
A presidente do Supremo homologou as delações uma semana após autorizar a equipe de juízes auxiliares de Teori a continuar as audiências necessárias para a confirmação de cada um dos 77 acordos.
Cármen esteve no final de semana trabalhando no STF em contato com o juiz Márcio Schiefler, braço direito de Teori na condução da Lava Jato na Corte.
Para que o conteúdo das delações seja tornado público, é preciso um pedido da Procuradoria Geral da República (PGR).