A crítica pública e no Diário Oficial dos procuradores do Ministério Público do Estado (MPPE), na primeira reunião com o novo procurador geral de Justiça, Francisco Dirceu Barros, sinalizando uma grande insatisfação com os cortes orçamentários, supostamente unilaterais, promovidos pelo Poder Executivo, não encontram eco no governo socialista, responsável pela indicação do novo dirigente.

A questão é vista como uma luta contra às corporações.

Não por coincidência, o diário oficial do MP abriu espaço para Roberto Brayner, presidente da associação do MPPE (AMPPE).

Na fala, o sindicalista diz que “registrou a preocupação da classe, que se encontra em Assembléia permanente, quanto ao orçamento, que, na sua elaboração, vem sendo expurgado de toda e qualquer suplementação”.

O presidente da associação disse que o governo Paulo Câmara “promoveu um corte tão feroz na proposta aprovada pelo Órgão Especial que ultrapassou a barreira do mínimo necessário para manter a Instituição”.

Auxiliares do governador Paulo Câmara rebatem de forma veemente às críticas, indicando como sugestão a leitura de dados do Portal da Transparência. “O problema (do MPPE) é o auxílio moradia.

Há casas de promotores abandonadas no interior.

Muitos desistem de pagar de R$ 1 mil a R$ 2 mil de aluguel para receber os R$ 4,6 mil de moradia.

Nos últimos três anos, o MPPE pagou R$ 30 milhões em auxílio-moradia.

Só no ano passado, foram R$ 9 milhões.

Em 2015, com atrasados, houve um aumento de R$ 17 milhões com auxílio moradia.

Não houve corte (no orçamento”, explica fonte do Blog de Jamildo.

Na quarta-feira, em uma breve visita ao blog, o novo dirigente do MPPE já havia feito a reclamação pública, sem contestação oficial.

Ministério Público do Estado prepara duro ajuste após corte milionário no orçamento de 2017 Os auxiliares do governo Paulo Câmara ressaltam que a gestão é proba, cortou em várias áreas para dar exemplo e que fez um esforço enorme para não deixar de prestar serviços para a população, mesmo devolvendo carros e desligando ar-condicionado.

Com essa comparação, o objetivo é questionar se a crise não chegaria ao MPPE?

Um exemplo citado é o IMIP, objeto de contestação de membro do MPPE nesta semana. “Está atrasado mesmo, não tem como não estar.

A queda da arrecadação federal foi a maior de todos os tempos.

Não vamos entrar nesta pauta corporativa”, diz uma fonte do blog.

Na primeira reunião do MPPE, sob a nova gestão, o próprio Francisco Dirceu Barros, novo procurador geral, agradeceu as palavras do colega sindiclaista e “registrou que a preocupação do Presidente da AMPPE é procedente”.

O governo Paulo Câmara só não pode dizer que desconhecia com quem estava lidando ao escolher o novo dirigente do MPPE.

No ano passado, viralizou um áudio de Dirceu Barros em uma rede social.

Na gravação, Dirceu Barros defende junto a companheiros uma articulação para preservar os valores do auxilio-moradia, transferidos para outro penduricalho, ante o receio de que fossem objeto de contestação no plano nacional.