Sem alarde, a Copergás (empresa estadual de gás) está realizando uma licitação para contratar um seguro-saúde privado para o atendimento dos seus empregados.

Como o próprio edital do pregão detalha, a contratação será na modalidade de Seguro Coletivo Empresarial Com Patrocinador, ou seja, com a Copergás pagando parte substancial dos custos do plano de saúde privado.

O gasto da empresa pública será de mais de 5,4 milhões de reais.

O atendimento médico dos servidores da Copergás terá que ser apenas através da utilização de “leitos especiais” (nada de enfermaria), como expressamente consta da especificação da licitação.

Dentre as exigências a serem bancadas estão “a prestação continuada de atendimentos médico-hospitalar, ambulatorial, laboratorial, inclusive decorrentes de acidentes de trabalho, exames complementares e serviços auxiliares de diagnósticos, terapias e internações clínicas, cirúrgicas e obstétricas, inclusive aquelas de maior complexidade, incluindo internações em Unidade de Terapia Intensiva e utilização de leitos especiais”.

Outra exigência da Copergás, em benefício dos seus servidores, é que o plano seja “sem carência, para atendimento do pessoal do quadro funcional da COPERGÁS, com extensão aos dependentes, com abrangência nacional”.

Assim, toda a família do servidor será beneficiada, em qualquer lugar do Brasil.

Não é incomum órgãos públicos ou empresas estatais pagarem, total ou parcialmente, planos de saúde privados aos seus servidores.

Os planos de saúde da Petrobras e do Banco do Brasil são “famosos” pela alta qualidade dos serviços.

O contraste desta licitação, segundo servidores do Poder Executivo ouvidos sob reserva, é que os hospitais estaduais estariam atualmente “sucateados”.

Mesmos as organizações sociais, que atuam na saúde pública em Pernambuco, estariam cobrando grandes pendências financeiras que alegam ter com o Estado.

Daí, segundo a fonte, ser “contraditório uma empresa da Administração Pública indireta, como a Copergás, estar gastando estes recursos no momento, para dar um luxo” que os demais servidores do Estado não têm acesso.

A Copergás é presidida por Décio Padilha (PSB), ex-secretário estadual de Paulo Câmara, que também o indicou para a estatal.

Segundo notas em colunas de política de dos jornais locais, Padilha pode estar de saída da empresa, para ceder o espaço ao PMDB.

Caso haja a mudança de diretoria, os indicados do vice-governador Raul Henry (PMDB) terão mais um bom motivo para aceitar a missão, um “excelente” plano de saúde pago pela estatal.

A abertura da licitação será em 3 de fevereiro.