Membros criticam publicamente Paulo Câmara por orçamento do Ministério Público: "promoveu um corte tão feroz"

Com alarde, os procuradores do Ministério Público do Estado (MPPE) se reuniram pela primeira vez com o novo procurador geral de Justiça, Francisco Dirceu Barros, recentemente indicado por Paulo Câmara para a chefia da Instituição, apesar de não ter sido o preferido da carreira.

Na reunião, ocorrida em 18 de janeiro, os membros não esconderam a grande insatisfação com os cortes orçamentários, supostamente unilaterais, promovidos pelo Poder Executivo.

Roberto Brayner, presidente da associação do MPPE (AMPPE), “registrou a preocupação da classe, que se encontra em Assembléia permanente, quanto ao orçamento, que, na sua elaboração, vem sendo expurgado de toda e qualquer suplementação”.

Ainda segundo Brayner, o governo Paulo Câmara (PSB) tem imposto “à Instituição a realização de economias para no final do ano assegurar um superávit, com a devolução de verbas ao Poder Executivo”.

O presidente da associação disse que o governo Paulo Câmara “promoveu um corte tão feroz na proposta aprovada pelo Órgão Especial que ultrapassou a barreira do mínimo necessário para manter a Instituição”.

Para o promotor, atualmente, não está garantida, sequer, a folha de pagamento do exercício de 2017.

As críticas de Brayner encontraram respaldo nos demais procuradores.

O próprio Francisco Dirceu Barros, novo procurador geral, agradeceu as palavras do colega e “registrou que a preocupação do Presidente da AMPPE é procedente”.

O novo procurador geral adiantou que solicitará o agendamento de uma reunião com Paulo Câmara para cobrar mais dinheiro para o orçamento do MPPE.

As críticas ao governador, citado várias vezes na discussão da questão orçamentária, tiveram repercussão entre procuradores e promotores.

O MPPE fez questão de não esconder nada e publicou toda a discussão, inclusive as críticas, no Diário Oficial do MPPE.

Ano passado, o ex-procurador Carlos Guerra enfrentou um grande desgaste, pelas seguidas mobilizações e protestos dos servidores, em busca de reajuste.

O aumento foi seguidamente negado, sob o argumento que o orçamento não permitia.