O prefeito de São Paulo, João Doria, foi alvo de um protesto quando chegava à Catedral da Sé, na região central de São Paulo, na manhã desta quarta-feira (25), dia de aniversário da cidade.

Representantes de movimentos sociais protestaram contra ações promovidas pela prefeitura, que eles consideram “retrocessos em políticas sociais”.

Com carro de som e camisetas coloridas, os ativistas levaram cartazes com frases como “Cidade Cinza”, em alusão às paredes que tinham grafite e foram pintadas de cinza na Avenida 23 de Maio e ao programa “Cidade Linda”, uma das bandeira de Doria para embelezar a cidade. “Viemos para dizer que os movimentos populares estão aqui para passar o recado de que não vamos admitir retrocessos na cidade de São Paulo.

Não vamos admitir perseguição contra os trabalhadores ambulantes, contra a população em situação de rua e contra os dependentes químicos”, afirmou o coordenador da Central de Movimentos Populares, Raimundo Bonfim.

De acordo com Bonfim, desde que assumiu, o prefeito Doria vem intensificando ações para a retirada de vendedores ambulantes das ruas, tendo alterado o decreto que regula as ações da Guarda Civil Metropolitana em relação aos moradores de rua.

O coordenador também criticou um dos focos da nova gestão – o Programa Cidade Limpa – que, entre outras ações, vem apagando grafites, murais e pichações feitas nas avenidas da cidade. “É um absurdo querer que a cidade tenha uma única cor, impedir manifestações artísticas e culturais por uma parte significativa de pessoas”, disse.

Para a coordenadora nacional da Marcha Mundial das Mulheres, Sônia Coelho, o prefeito tem sinalizado retrocessos na área de direitos humanos. “Está havendo um desmanche na cidade de São Paulo.

Um dos primeiros atos dele foi acabar com a Secretaria de Políticas para Mulheres e com a Secretaria Municipal de Promoção da Igualdade Racial.

Para nós, essas eram conquistas extremamente importantes.

Foi a primeira vez que tivemos uma secretaria de políticas para mulheres”, destacou.

Doria chegou à Praça da Sé acompanhado do arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer.

A missa solene na Catedral da Sé comemorou os 463 anos da cidade.

Também participaram da celebração o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o vice-prefeito de São Paulo, Bruno Covas.

Antes do evento, Doria posou para fotos ao lado da estátua do apóstolo Paulo, que fica em frente à catedral da Sé, e que foi alvo de protestos.

A estátua amanheceu com manchas vermelhas na manhã desta quarta.