Durante reunião da CNM/CUT, realizada na manhã desta terça-feira (24), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que países estrangeiros estariam participando da Operação Lava Jato com intuito de se beneficiar do pré-sal no Brasil. “Hoje, tenho convicção de quem tem dedo estrangeiro nesse negócio da Lava Jato.
Tem interesse no pré-sal.
Nós queremos ser donos do nariz e do nosso conhecimento”, disse o petista.
Lula ainda criticou o impacto financeiro que a Lava Jato tem nas contas do País. “Nós não estamos levando a sério o que a chamada Operação Lava Jato está fazendo com a economia brasileira.
Chega a 2,5% do PIB o impacto da Lava Jato”, afirmou.
Ainda assim, o ex-presidente defendeu que os que forem julgados corruptos paguem pelos erros. “Se um juiz apura corretamente que um cidadão praticou um ilícito, é correto que seja punido e julgado.
Mas não posso permitir que o cidadão seja condenado sem provas.
Eles sabiam que o Genoíno era inocente.
Eles tinham que prender para dar satisfação à sociedade brasileira”.
O petista não deixou de alfinetar o presidente Michel Temer durante seu discurso. “Esse governo poderia aumentar a dívida pública para fazer investimento em infraestrutura.
Quando você investe em infraestrutura, dois anos depois tem retorno.
Mas, para isso, é preciso ter credibilidade e isso a gente só alcança com presidente eleito pelo povo”, disse Lula. “Não esperem que o Temer vá fazer as coisas que vocês querem.
Ele vai fazer justamente o que vocês não querem”, completou.
Sobre a atual situação da economia brasileira, Lula disse que novas propostas são necessárias. “Estamos vivendo um período de anormalidade. É preciso que a gente gaste nossa massa encefálica pensando em algo novo.
Somente quem fez no passado pode usar seu legado para propor alguma coisa nova.
No meu governo, provamos que era possível aumentar as exportações e o mercado interno.
Eles não era antagônicos, como se dizia”, disse.
FBI Quase um ano após os investigadores da Operação Lava Jato identificarem servidores da Odebrecht na Suíça, parte das informações da empreiteira sobre pagamentos de propinas pelo mundo continua em segredo.
Sem conseguir acessar os dados, protegidos por uma série de códigos e chave de segurança, a Procuradoria-Geral da República recorreu até ao FBI, órgão de investigação dos Estados Unidos.
A resposta dos americanos, porém, não foi nada animadora.
Em comunicado ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o FBI disse que, mesmo usando toda a sua tecnologia disponível, precisaria de 103 anos para superar as sofisticadas camadas de proteção dos servidores da Odebrecht.