O Tribunal de Constas do Estado (TCE) deu início aos preparativos do concurso público para o órgão, o mais aguardado dos últimos anos do Estado.

O presidente do órgão, Carlos Porto, assinou portaria, designando comissão para organizar e implantar as etapas do concurso.

Segundo o ato, será feito em primeiro lugar um exame da legislação de pessoal do quadro de servidores do TCE, podendo haver mudanças em leis.

Após, devem ser iniciadas as etapas do concurso em si, como escolha de empresa organizadora e edital.

A comissão é composta de quatro pessoas.

LEIA TAMBÉM » Candidatos isentos de Imposto de Renda poderão ter inscrição gratuita em concursos federais » UFPE acata recomendação do MPF sobre objetividade em editais de concurso Teresa Duere, ex-presidente da Casa e ex-deputada, é reconhecida pelo rigor nos julgamentos dos processos de prestação de contas do órgão, mesmo sendo oriunda da cota política do órgão.

Duere presidiu o último concurso do órgão em 2004, que se encerrou sem nenhuma contestação quanto à lisura da seleção, inclusive sem a aprovação de nenhum parente de político.

Outro membro da comissão, que demonstra o cuidado do TCE com o futuro concurso, é o procurador Cristiano Pimentel, muito reconhecido no Estado pelo rigor com que combate a corrupção e pela imparcialidade na chefia o Ministério Público de Contas (MPCO).

Os outros dois membros da comissão são servidores de carreira, com atuação há mais de quinze anos na área de recursos humanos do TCE.

Ainda não há qualquer previsão oficial da data do concurso, mas cursos preparatórios particulares já têm montado turmas para preparar os candidatos. » TCE aponta excesso de comissionados na Câmara de Jaboatão e recomenda concurso » TCE determina suspensão de concurso em Mirandiba O TCE é conhecido como um dos melhores órgãos do Estado para se trabalhar.

Além dos servidores concursados terem um excelente plano de carreira, os conselheiros historicamente prestigiam os servidores do órgão com posições importantes de direção e chefia, ao contrário de quase todos os outros órgãos do Estado, nos quais as posições de chefia são preenchidas por pessoas estranhas do quadro de concursados, os chamados “comissionados”.

O governador Paulo Câmara (PSB), por exemplo, antes de ser convocado em 2006 para a Secretaria de Administração do Estado, era diretor de Gestão de Pessoas do TCE e auditor concursado do órgão.

O quadro de servidores efetivos do TCE, após o primeiro governo de Eduardo Campos, se tornou um verdadeiro “celeiro de quadros” da política pernambucana.

Para ficar apenas em alguns nomes: a ex-primeira-dama Renata Campos, o prefeito Geraldo Júlio, o presidente estadual do PSB Sileno Guedes, o deputado federal Danilo Cabral, o controlador geral do Estado Ruy Lins, o secretário de Administração Milton Coelho, todos concursados do órgão.

O deputado federal Tadeu Alencar, antes de ser procurador concursado da Fazenda Nacional, foi servidor do TCE e também presidente do sindicato do órgão.