A ex-presidente da República Dilma Rousseff (PT) divulgou, na tarde desta quinta-feira (19), uma nota de pesar pela morte do ministro Teori Zavascki, que faleceu hoje após queda de avião em Paraty, no Rio de Janeiro.

Teori era relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF) e foi nomeado por Dilma, desde 29 de novembro de 2012.

Em 2003 a 2012, foi ministro do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), indicado por Fernando Henrique Cardoso e nomeado pelo presidente da época, Luiz Inácio Lula da Silva.

Na nota, Dilma disse que o País perdeu “um grande brasileiro”.

Confira na íntegra: É com imenso pesar que recebo a notícia da trágica morte do ministro Teori Zavascki.

Hoje perdemos um grande brasileiro.

Como juiz e cidadão, Teori se consagrou como um intelectual do Direito, zeloso das leis e da Justiça.

Tive o privilégio de indicá-lo para ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), com ampla aprovação do Senado.

Desempenhou esta função com destemor como um homem sério e íntegro.

Lamento a dor da família e dos amigos, recebam meus sentimentos de pesar e respeito.

Dilma Rousseff Nota de Lula “O Brasil perdeu hoje um cidadão que honrou a Magistratura em todos os postos que ocupou.

Minha solidariedade à família do ministro Teori Zavascki e aos membros do STF”, diz Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente da República.

Impeachment Teori Zavascki também negou o pedido do governo para anular o processo de impeachment de Dilma Rousseff.

Com a decisão, o Senado manteve a votação que decidiu a abertura do processo e o afastamento temporário da presidente do Palácio do Planalto.

Operação Lava Jato Teori determinou a Polícia Federal cumprisse quatro mandados de prisão, sendo eles para o ex-senador Delcídio do Amaral, do advogado do ex-senador, Edson Ribeiro, do banqueiro André Esteves e do chefe de gabinete de Delcídio, Diogo Rodrigues.

Eles foram acusados de tentar obstruir as investigações da Lava Jato.

No mesmo mês, ele homologou a delação premiada de Delcídio do Amaral no âmbito da operação.

O ex-ministro determina que todas as investigações da Lava Jato na primeira instância da Justiça Federal que envolvam o ex-presidente Lula, políticos com foro privilegiados, e da presidente da época, Dilma Rousseff, fossem remetidas ao STF.

Teori também decidiu o sigilo em interceptações telefônicas que envolvam autoridades com foro privilegiado.

Em maio do mesmo ano, aprovou a medida que determinou a suspensão de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) do exercício do mandato de deputado federal e da função de presidente da Câmara dos Deputados a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR).

Zavascki determinou que a investigação envolvendo Lula fosse devolvida ao juiz Sérgio Moro, e decidiu anular as interceptações telefônicas envolvendo a presidente afastada Dilma Rousseff, por considerá-las ilegais, devido ao fato do grampo ter sido realizado após a Justiça do Paraná determinar o fim da interceptação.

O magistrado negou os pedidos de prisão solicitados pela PGR, do presidente do Senado, Renan Calheiros, do senador Romero Jucá e do ex-presidente da República José Sarney, sob explicação de que não havia no pedido a indicação de atos concretos e específicos que mostravam a atuação dos peemedebistas para interferir nas investigações da Lava Jato.

O relator da Lava jato aceitou no dia 22 de junho, a segunda denúncia da PGR contra Eduardo Cunha.

Durante seu voto, o ministro destacou que a forma como o ex-deputado recebeu os repasses reforçaram as suspeitas.

Eduardo Cunha é acusado de receber propina do operador João Augusto Henriques em uma conta na Suíça, de sua propriedade.

Durante o julgamento, o ex-deputado peemedebista se tornou réu pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e falsidade ideológica com fins eleitorais.

Também foi o ministro da Corte que determinou a retirada do nome de Mendonça Filho de inquérito da Lava Jato.