Em 2016, o Grande Recife Consórcio de Transportes passou a testar os veículos sem a presença de cobradores, uma nova estratégia de operação com intuito de reduzir o número de assaltos aos ônibus da Região Metropolitana e que parece não ter dado certo.
Para a vereadora Marília Arraes (PT), a alternativa pode acarretar problemas para trabalhadores e usuários. É de autoria dela o projeto de lei nº 113/2016, que tramita na Casa de José Mariano e pretende tornar obrigatória a presença de cobradores em ônibus de linhas regulares.
Na justificativa do projeto, Marília Arraes argumenta que a ausência de cobradores pode sobrecarregar os motoristas e desestimular os usuários que não possuem o Vale Eletrônico Metropolitano (VEM). “As medidas apontadas como solução para os assaltos trazem consigo graves consequências, como a provável eliminação de postos de trabalho, desestímulo à utilização esporádica do transporte coletivo por habituais usuários de outros modais que não possuem o bilhete eletrônico (VEM), além de importar em sobrecarga funcional para os motoristas que passarão a ser mais acionados pelos usuários”, diz. “É sabido que os cobradores também orientam os passageiros quanto à localização de ruas e afins, monitoram o desembarque pela porta traseira, além de realizarem esclarecimentos necessários diante de eventuais falhas do próprio sistema de bilhetagem eletrônica”, completa a vereadora.
Caso seja aprovada, a matéria não vai obrigar o Grande Recife a manter cobradores nas linhas expressas, que perfazem o trajeto entre dois terminais de integração ininterruptamente.
Também não serão afetadas as linhas opcionais, que oferecem veículos com ar-condicionado e assentos estofados e reclináveis.
O projeto de lei nº 113/2016 já foi enviado às comissões de Legislação e Justiça, Finanças e Orçamento, e Meio Ambiente, Transporte e Trânsito para análise e emissão de pareceres.
Em seguida, o texto será votado no plenário da Câmara do Recife.