Nesta segunda-feira, o Blog de Jamildo registrou as queixas do prefeito de Canhotinho, Felipe Porto, sobrinho do deputado Álvaro Porto, ambos do PSD, prometendo fazer um protesto na porta do governador Paulo Câmara, no Campo das Princesas, para cobrar promessas de levar água para o município, atendido por carros-pipa.
Com a polêmica, a Compesa divulgou uma nota oficial desmentindo o prefeito aliado e acusando-o de fazer política, além de atribuindo as reclamações de Felipe Porto à disputa política.
No domingo, a população de Canhotinho chegou a fechar rodovias em protesto contra o desabastecimento.
O prefeito respaldou a postura dos manifestantes e reforçou, pelo Facebook, a gravidade da situação.
Também prometeu apoiar protesto no Recife, em frente ao Palácio do Campo das Princesas, caso o processo para a construção da adutora não seja deflagrado esta semana, como a Compesa prometera.
Nesta terça-feira, deu-se mais uma capítulo da trama.
O deputado estadual e tio do prefeito de Canhotinho saiu em defesa dele e aproveitou o episódio para bater, mais uma vez, na figura do governador.
Na semana passsada, já havia sugerido, em tom de ironia, que a Empetur fosse chamada para organizar as festas nos presídios do Recife, em uma alusão às festas no presídio feminino. “Não é a seca, mas a falta de capacidade e de compromisso do Governo do Estado o que está deixando a população de Canhotinho sem água”, reagiu nesta terça-feira o deputado estadual do (PSD), diante da reação da Compesa à queixa do prefeito Felipe Porto (PSD), de que a solução para o desabastecimento de água no município está emperrada por causa morosidade da empresa estadual.
Em nota, a Compesa colocou a reclamação na conta da “disputa política”.
Representante do Agreste Meridional e ex-prefeito de Canhotinho, Álvaro Porto reafirmouo que declarou Felipe no que diz respeito à falta de comprometimento do Governo do Estado em solucionar a escassez de água do município. “Não adianta reduzir esta questão à disputa eleitoral.
Muito menos tentar deslegitimar as declarações do prefeito, afirmando que ele falta com a verdade.
Ora, o povo de Canhotinho viu e ouviu o governador Paulo Câmara afirmar que ia encomendar estudo para construir barragens de contenção nos rios Mundaú e Canhoto e que as obras iriam solucionar o problema de abastecimento de água no município.
Em seu discurso, o governador também afirmou que antes mesmo do estudo para as barragens era necessário se fazer a adutora entre a barragem de Pau Ferro, em Vila Nova, à barragem de Bulandeira, em Canhotinho.
Tudo foi a acompanhado pela população, fotografado e festejado.
Isso foi em março do ano passado, mas até agora não se tem notícia do estudo e das barragens.
Quem está faltando com a verdade?”, questionou.
Ainda, de acordo com o deputado, o dinheiro para a construção da adutora entre Pau Ferro e Canhotinho foi liberado pelo Ministério das Cidades. “Chegamos a fazer reunião com o presidente da Compesa para tratar do assunto.
Agora, afirmam o contrário.
Conheço o ministro Bruno Araújo (das Cidades) desde 2002, sei da sua seriedade e da sua capacidade em cumprir a palavra.
A população está aí para avaliar quem não está cumprindo o que promete.
Com certeza, não é o ministro.
O governador, pelo contrário, tem uma extensa lista de obras, ações e projetos prometidos, mas não executados.
A marca do governo, aliás, é a incapacidade de honrar compromissos”, bateu. Álvaro Porto destacou que o Governo do Estado incluiu a barragem de São Bento do Una entre as obras que estão sendo feitas no Agreste, mas omite, na nota divulgada pela Compesa, que os serviços estão sendo executados com recursos do Governo Federal. “Os repasses são feitos pelo Ministério da Integração Nacional e o ministro das Cidades, Bruno Araújo, representou o Governo Federal no anúncio da obra”.
O deputado lembra ainda que diante da situação emergencial decorrente da estiagem a adutora de Pau Ferro até Bulandeira pode ser construída com dispensa de licitação.
E acrescenta que, atualmente, o abastecimento de Canhotinho é feito por meio de carros-pipa, sendo quatro bancados pela prefeitura e dois pelo Governo do Estado. “Mas a Compesa continua a enviar conta e a cobrar pelo serviço que não presta”, salientou.