Apesar de ter sido nomeado pelo governador Paulo Câmara (PSB) mesmo tendo obtido um segundo lugar na lista tríplice, preterindo o preferido da categoria nas eleições internas do Ministério Público do Estado (MPPE), o novo procurador geral de Justiça usou uma rede social, neste fim de semana, para esclarecer quem considera o maior responsável por sua nomeação. “Não deixar de agradecer a Deus, o grande responsável por eu estar agora vivendo um momento tão especial na minha vida”, disse Dirceu Barros, o promotor em Garanhuns que vai gerir o MPPE até dezembro de 2018.
O novo chefe do MPPE, evangélico, ainda citou a Bíblia em seu agradecimento. “Não fui eu que ordenei a você?
Seja forte e corajoso!
Não se apavore nem desanime, pois o Senhor, o seu Deus, estará com você por onde você andar", citando uma passagem bíblica.
O novo procurador também usou seu discurso na posse interna, na última sexta-feira (13), para mandar recados à oposição interna.
Disse para não começarem os ataques, mas sim dar uma chance para ele mostrar seu trabalho.
Pediu que antes de criticá-lo, deveriam procurar conhecê-lo.
Ainda disse que o que mais prejudica o MPPE é a “divisão interna”. “Oro para que o Espirito Santo esteja comigo todos os dias, pois Ele será o grande mentor da minha inspiração ao tomar grandes decisões”, falou Dirceu Barros.
Dirceu Barros é um chefe do MPPE inesperado, pois Carlos Guerra foi o primeiro procurador geral que não conseguiu sua recondução no processo eleitoral.
Informações de bastidores confirmam que ele seria reconduzido se estivesse na lista tríplice, mesmo que em terceiro lugar.
Ficou em quarto e fez história.
Surpreendido e após dois dias de silêncios, o governador resolveu nomear o único nome na lista com ligações com o grupo interno de Aguinaldo Fenelon no MPPE.
Os outros dois nomes, na última lista, faziam oposição à Fenelon e Carlos Guerra.
Na posse interna, Carlos Guerra dizia a todos que “estava bem”, apesar de demonstrar abalo com a derrota, segundo membros do MPPE, sob reserva.
Em uma reunião no Palácio, quando batido o martelo da nomeação, Paulo Câmara chegou a dizer a Carlos Guerra “obrigado por tudo”.
Francisco Dirceu Barros não sofreu abalo em sua votação entre os colegas por um áudio seu que causou polêmica, no ano passado.
O áudio foi postado em um grupo só de promotores no WhatsApp, vazou e virou notícia e uma revista nacional.
No áudio, o promotor defendia medidas para que os promotores não ficassem “no prejuízo”, caso o STF acabasse com o auxílio moradia de 4,3 mil reais.
Defendia passar o auxílio-saúde para o mesmo valor “para compensar”.