Prima do ex-governador Eduardo Campos (PSB) e ex-socialista, a vereadora do Recife Marília Arraes (PT) fez duras críticas ao partido em entrevista ao programa de rádio Farol de Notícias, de Serra Talhada, no Sertão, nesse fim de semana. “Aqui em Pernambuco, o epicentro da corrupção está no PSB, não está no PT.

Quem você aponta do PT que está realmente envolvido em corrupção aqui no Estado?

Ninguém”, disparou.

A parlamentar afirmou ainda que os socialistas têm um vácuo de liderança e admitiu que, se for necessário, pode ser candidata ao Governo do Estado em 2018.

Citando as operações Turbulência, que investigou a compra do avião usado por Eduardo Campos na campanha presidencial de 2014 e apontou desvios de R$ 600 milhões de dinheiro público, e a Fair Play, deflagrada para apurar superfaturamento na Arena Pernambuco, Marília Arraes ainda afirmou: “E eu tenho certeza que vai cair muita gente do PSB com essas delações da Odebrecht”. “A gente sabe muito bem, e o povo vai saber disso mais cedo ou mais tarde, que não foi o PT que inventou a corrupção.

Corrupção existe no PSDB”, acrescentou.

LEIA TAMBÉM » “Eu tenho a consciência muito tranquila da vida que meu pai levou”, diz filho de Eduardo Campos sobre investigações » Janot denuncia Fernando Bezerra Coelho e comprador do avião de Eduardo Campos ao STF » Marília Arraes perde disputa na Câmara do Recife, mas não deixa de criticar Geraldo Julio e Paulo Câmara A ex-socialista ainda criticou o que chamou de culto à imagem de Eduardo Campos. “Foi por essas e outras que eu rompi e saí do PSB.

Esse movimento de negar a história de (Miguel) Arraes e de se cultuar quase que monarquicamente a figura de Eduardo Campos começou com ele vivo”, disse. “Agora restaram pessoas que não têm liderança, não têm respaldo na militância.

Se você for observar até os trejeitos do governador Paulo Câmara, a forma de se vestir, são imitando Eduardo Campos.” Marília Arraes avalia que essa “crise de falta de liderança” chega aos governos Paulo Câmara e Geraldo Julio, no Recife. “O que acontece na política do PSB é muito simples, mas não é tão simples para o eleitor avaliar num período eleitoral.

Faz políticas que são projetos-piloto.

O que a gente precisa fazer são projetos universais”, analisou.

A vereadora argumentou que programas como o Ganhe o Mundo, por exemplo, são úteis e podem mudar a vida dos beneficiários, mas não contemplam a maioria da população. “Na verdade maquia uma realidade e gera propaganda bonita para colocar no guia eleitoral”, atacou. » Marília Arraes diz que PSB perseguiu e oprimiu os funcionários comissionados da Prefeitura do Recife » Irmão de Eduardo Campos cria racha no PSB, mas vai ser candidato em 2018 » Para frear PSB, tucanos de São Paulo contrariam Alckmin A um ano e meio do período eleitoral, a vereadora é cotada a disputar pelo PT. “Se for necessário, a gente está aí, sim, para colocar uma alternativa de projeto de governo da oposição, porque o que o PSB tem é um projeto de poder”, afirmou Marília Arraes, frisando, porém, que muito pode mudar até 2018; para ela, um dos cenários é uma inelegibilidade de Paulo Câmara. “Tem muito para acontecer ainda em Pernambuco e no Brasil.

Acabei de tomar posse para o meu terceiro mandato, com muita responsabilidade.

Dois mil e dezoito a gente vai discutir na hora acertada.” Ouça a íntegra da entrevista: