Durante o período de 12 a 16 de dezembro de 2016, a Câmara de Dirigentes Lojistas do Recife (CDL Recife) realizou uma Pesquisa do Perfil de Inadimplência.

O estudo traça um perfil do consumidor, além de identificar os tipos de dívidas e comportamento de consumo, e foi aplicado com 309 consumidores inadimplentes de ambos os gêneros, acima de 18 anos, de todas as classes sociais e moradores do Recife ou Região Metropolitana foram ouvidos.

De acordo com a pesquisa, a dupla cartão de crédito + cartão de loja continua sendo o débito que mais leva a negativação com 49,2% do total.

O atual cenário econômico de redução de renda, muitas vezes, obriga as famílias a terem que escolher qual conta pagar, e por haver a possibilidade de pagamento mínimo, muitos optam por fazê-lo. “As taxas de juros cartão de crédito podem ultrapassar a 400% a.a., o que fará a dívida crescer de maneira muito veloz e por não haver condições de pagamento, as chances de culminar na inadimplência são muito maiores.

Por isso, é preciso calcular bem”, alerta o presidente da CDL Recife, Eduardo Catão.

No caso do Recife, de acordo com o CDL, as Prestadoras de Serviços aumentaram consideravelmente sua participação na comparação com setembro, passando ao segundo tipo de dívida que mais causaram a negativação, com 28,8% do total, e isso indica que os consumidores têm tido dificuldade de honrar até os pagamentos de necessidades básicas.

De acordo com a pesquisa, uma parcela significativa dos inadimplentes não sabe quanto de sua renda está comprometida com as dívidas.

Em dezembro de 2015, eram 48,9% do total e passaram a ser 60,5% em dezembro de 2016. “Isso somado ao cenário econômico atual de inflação, desemprego e queda da renda, indicando o fato de que a maioria da população não faz planejamento financeiro, o que é a chave para uma vida financeira equilibrada”, comenta Catão. 17,2% comprometeram até 10% de sua renda com o pagamento da dívida, enquanto que 13,6% comprometeram entre 11% e 30%.

O desemprego continua figurando como a maior causa (declarada) da inadimplência.

Passou de 25,6% em dezembro de 2015, para 28,5% em dezembro último.

A “falta de planejamento/descontrole” vem logo em seguida como o grande vilão na hora de honrar as dívidas, com 16,8%. “Esses resultados indicam claramente que a persistência do desemprego, a diminuição da renda dos consumidores impactam diretamente sobre sua capacidade de pagamento. 40,8% declararam ser outros os motivos da inadimplência”.

Questionados sobre como pretendem quitar os débitos, 68% disseram que procurarão o credor das dívidas para fazer um acordo, parcelar o valor em débito e assim regularizar sua situação.

Esse número é 16,7 p.p. maior que o registrado em dezembro de 2015.

Esse resultado indica a importância de as instituições estarem abertas à negociação com seus devedores, sobretudo, neste momento de crise quando a diminuição da renda e o desemprego afetam grande parte dos consumidores.