Estadão Conteúdo - Depois de entrar com ação contra alguns de seus algozes na Lava Jato - como o delegado da Polícia Federal Filipe Pace, o procurador da República Deltan Dellagnol e o juiz federal Sérgio Moro - o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva protocolou nesta quinta-feira (12), por meio de seus advogados, ação de reparação por danos morais contra o promotor de Justiça Cassio Roberto Conserino, do Ministério Público do Estado de São Paulo A ação deverá ser distribuída a uma Vara Cível de São Bernardo do Campo, onde Lula reside, e pede que Conserino seja condenado a pagar R$ 1 milhão “a título de indenização ao ex-presidente, levando-se em consideração a extensão dos danos causados e, ainda, a capacidade econômico-financeira do citado agente público”.

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Entenda » Polícia Federal pede prorrogação de inquérito que investiga Dilma e Lula Em 2016, no âmbito de uma investigação sobre o apartamento triplex no Guarujá, o promotor pediu à Justiça estadual decretação da prisão de Lula.

Segundo os advogados de Lula, a ação demonstra “a utilização das prerrogativas e do cargo de Promotor de Justiça pelo réu (Conserino) para causar danos à imagem, à honra e à reputação de Lula”. » “Se preparem, porque, se necessário, eu serei candidato à Presidência”, diz Lula » Daniel Coelho diz que “vaquinha” pró-Lula é “jogo de cena” Os advogados do petista afirmam que “a atuação dolosa do réu no exercício de suas funções foi confirmada por dois fatos supervenientes, o abandono da causa pelo réu, após a Justiça excluir Lula da sua esfera de atuação funcional - alegando ‘motivo de foro íntimo’) e, ainda, pela reprodução e divulgação de publicação manifestamente ofensiva ao ex-presidente, tratado como ‘Encantador de Burros’) em conta do réu em rede social (Facebook)”.

A defesa de Lula destacou que no dia 9 de novembro de 2016, o Conselho Nacional do Ministério Público instaurou Reclamação Disciplinar contra Conserino, “em atenção a requerimento que fizemos levando em consideração parte dos mesmos fatos tratados na ação judicial hoje proposta”. “Continuo achando que era caso de prisão” “Estou morrendo de medo”, declarou, com ironias, o promotor Cássio Conserino. “Só lamento mais essa esdrúxula iniciativa”, declarou. “E o valor da ação é ridículo, um milhão?

Nem tenho esse dinheiro.

O valor da ação é risível.” Conserino informou que deixou o caso porque a juíza estadual - a quem foi encaminhado pedido de prisão de Lula -, representou contra ele. “Como ia trabalhar com uma juíza que me representou?”, diz o promotor. “A juíza se sentiu ofendida, saímos por esse motivo.

A gente (ele e seus colegas de Promotoria) não concordou com a postura da juíza, ela nos representou. É praxe antiga a saída do processo por motivo de foro íntimo.” » TRF solta acusado por fraude no ‘Museu do Lula’ » PT deve lançar Lula como candidato à Presidência no início de 2017 “O pedido de prisão contra Lula foi absolutamente legítimo, regular, dentro dos parâmetros do Código de Processo Penal”, insiste Conserino. “Eu continuo achando que era caso de prisão preventiva do Lula.” O promotor assinalou os motivos que o levaram a pedir cadeia para Lula. “Para resguardar a ordem pública, uma vez que ele inflamou a população contra a autoridade constituída.” “O pedido (de prisão do ex-presidente) foi fruto da atividade do Ministério Público, dentro da lei.

Não houve exagero de nossa parte.” » Em gravação, Moro ironiza advogado de Lula » Lula vira réu pela 5ª vez após Moro aceitar mais uma denúncia Sobre o post que fez nas redes, intitulado “O encantador de burros”, o promotor disse. “Eu apenas compartilhei uma foto que reputei engraçada.

Eu não sou idealizador da foto, eu não produzi aquela foto.

Eu estava compartilhando, como compartilho de vários partidos políticos, independentemente de cor, ideologia.

Fiz através da minha livre expressão de compartilhamento, sem qualquer comentário.

Como cidadão e não como promotor.” “Se não puder compartilhar uma foto é demais, nem na ditadura militar (1964/1985) tinha esse tipo de proibição.”