O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), foi citado no jornal britânico Financial Times como um político da extrema direita brasileira.
Ele virou personagem de uma matéria, publicada nessa terça-feira (10), que fala sobre o avanço do neonazismo no Brasil.
A publicação lembra a defesa que Bolsonaro fez ao torturador Brilhante Ustra, ex-chefe do antigo DOI-CODI, durante a votação da admissibilidade do impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT).
Segundo o texto do Financial Times, Bolsonaro negou ser neonazista, mas os críticos o acusam de compartilhar “muitos pontos de vista do movimento, como o racismo e a intolerância”.
O jornal britânico lembra que o deputado é ex-capitão do Exército Brasileiro e conquistou manchetes no ano passado ao “elogiar um conhecido torturador da era da ditadura”.
Ainda na reportagem, o Financial Times aponta que o mito da democracia de raças no Brasil está sendo desafiado o jornal faz uma análise sobre o vácuo político no País e os temores de que grupos ultranacionalistas e neonazistas estejam ganhando forças.
Uma entrevista com o delegado da Polícia Civil Paulo César Jardim, que ordenou uma série de buscas em casas de supostos neonazistas em dezembro do ano passado, em Porto Alegre (RS) também foi citada.
O FT aponta que o latente movimento neonazista do Brasil, “com seu submundo de violência, suásticas e propaganda de ódio”, estava tendo seus membros recrutados por extremistas de direita na Ucrânia para lutar contra rebeldes pró-Rússia na guerra civil ucraniana, que teve início depois da Rússia anexar a Crimeia em 2014.
Um movimento de extrema direita ucraniano, chamado Divisão Misantrópica, estava por trás do recrutamento.
Agora a política investiga se algum brasileiro chegou a se juntar ao conflito ucraniano. “A revelação de que movimentos ultranacionalistas brasileiros estão buscando experiência de combate no exterior é um fenômeno preocupante que chocou o país, que se considera um caldeirão de mistura racial.
A ascensão de grupos neonazistas desafia a mito popular de que o racismo não existe no Brasil, pelo menos não na proporção do observado em países como os EUA”, avalia o jornal britânico.