A promotora de Justiça de Defesa da Saúde da Capital, Helena Capela, instaurou inquérito civil público para investigar a desassistência a pacientes com câncer em Pernambuco.

Por falta de pagamento de um débito da secretaria estadual de Saúde que passa de R$ 2 milhões, duas conveniadas alertaram que não vão mais prestar o serviço de radioterapia.

Além disso, os equipamentos do Hospital do Câncer e do Instituto de Radioterapia Waldemir Miranda serão desativados ainda no primeiro semestre deste ano.

LEIA TAMBÉM » 70% dos desvios nas cidades afetam saúde e educação » MPF recomenda restabelecimento do serviço de saúde em Camaragibe O documento do Instituto de Radium e Supervoltagem Ivo Roesler, as conveniadas ao Sistema Único de Saúde (SUS) que podem suspender o serviço foi emitido em 30 de dezembro, alegando que o pagamento já não é feito pelo Governo do Estado desde dezembro de 2015, totalizando um débito de R$ 2.298.289.

Diante do problema, a promotora convocou para o dia 19 uma reunião entre os três institutos, o secretário Iran Costa e representantes do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe). » Ministério da Saúde deve R$ 3,5 bilhões » Secretários de Saúde de Pernambuco fazem manifesto contra proposta de “plano de saúde acessível” Atualmente, contando com os equipamentos que serão desativados, Pernambuco tem oito máquinas para atender aos pacientes.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Estado teve 10.240 teve novos casos de câncer só no ano passado.

Esses dados são apresentados pela promotora no inquérito. “A paralisação dos três citados equipamentos comprometerá, seriamente, a assistência aos usuários do SUS com câncer e que necessitam do tratamento de radioterapia”, diz Helena Capela no documento.

Sem garantia de manutenção da radioterapia Em nota, a Secretaria de Saúde não garantiu que o serviço não será suspenso.

A pasta afirmou que “vem dialogando com o Hospital do Câncer de Pernambuco e com o Ministério da Saúde para encontrar uma solução, em tempo hábil, com o intuito de garantir a continuidade do serviço de radioterapia da unidade.

Já com relação ao outro serviço, a SES já vem discutindo a regularização dos repasses à entidade, que recebeu verbas da SES em 2015 e 2016.

A SES também está à disposição dos órgãos competentes para prestar os devidos esclarecimentos.”