Em campanha pelo Brasil, o deputado federal Rogério Rosso (PSD) lançou, na tarde desta segunda-feira (9), no Recife, sua candidatura à Presidência da Câmara dos Deputados. “Se eu fosse traduzir em uma frase qual minha principal bandeira para os próximos dois anos frente à Câmara dos Deputados, eu diria que é aproximar o parlamento da sociedade”, disse.
Vestindo uma camisa da Chapecoense, Rosso usou sua conta no Facebook para fazer o anúncio.
O meio escolhido, segundo ele, foi para que o lançamento fosse “o mais democrático” possível.
Com o slogan de campanha “Câmara forte, unida e respeitada”, ele defendeu maior protagonismo da Casa em relação a outros poderes. “Eu pedi para fazer pesquisa na Câmara e, das quase mil leis publicadas no ‘Diário Oficial da União’, nem 3% vieram de proposições de deputados.
A grande maioria é oriunda do Poder Executivo”, disse o líder do PSD.
O deputado também defendeu cautela no que diz respeito a reforma da Previdência, enviada pelo governo ao Congresso. “Eu tenho uma opinião, do jeito que ela chegou à Câmara, ela não será aprovada”, disse.
Para ele, pontos como a regra de transição do modelo atual para o novo serão alterados pelos deputados.
Rosso ainda defendeu a implementação da reforma trabalhista, a qual classificou como “agenda prioritária”, e também da reforma tributária. “A gente precisa enfrentar isso com rapidez”, disse.
O parlamentar voltou a defender a inconstitucionalidade da candidatura do atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que foi eleito para um ‘mandato tampão’ em julho, após a renúncia do então deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Em um movimento para tentar evitar a candidatura à reeleição do atual presidente da Câmara, Rogério Rosso defendeu junto ao próprio Maia o adiamento da eleição até que o Supremo Tribunal Federal (STF) decida sobre a questão.
A eleição está marcada para o dia 2 de fevereiro.
A recondução à presidência não é permitida pelo regimento dentro de uma legislatura.
A brecha utilizada por Maia é o fato de ele ocupar o cargo de forma temporária — em seu caso, por menos de seis meses.
O democrata tem o apoio do presidente Michel Temer (PMDB), e nas últimas semanas costura, nos bastidores, apoios à sua reeleição.
Na manhã desta segunda, Rosso reuniu-se com o governador Paulo Câmara (PSB) e disse, em entrevista ao Jornal do Commercio que a candidatura de Rodrigo Maia “é um risco”. “Essa candidatura de Maia, judicializada do jeito que está, ela gera uma insegurança jurídica nessa eleição.
Não é uma crítica, é uma constatação.
Imagina um presidente eleito com causas no Supremo Tribunal Federal.
Vai ser um presidente sob-judíce na linha sucessória do presidente da República. É muito sério”, disse. “A minha divergência com Rodrigo é a Constituição.
Eu sou advogado, quando leio aquele artigo 57 eu não dou conta de enxergar que ele é candidato novamente”, acrescentou.
Assista o lançamento da candidatura de Rosso: Marcada para o dia 2 de fevereiro, a eleição definirá os 11 cargos que compõem a Mesa Diretora que comandará os trabalhos da Câmara entre 2017 e 2019.
Serão eleitos um presidente, dois vice-presidentes, quatro secretários e quatro suplentes.
Para ser eleito, o candidato precisa de maioria absoluta dos votos em primeira votação ou ser o mais votado no segundo turno.
A votação é secreta e realizada em cabines eletrônicas.
O cronograma da eleição começa em 1º de fevereiro.
Os partidos têm até as 12 horas do dia para formar blocos parlamentares. Às 15 horas, será realizada uma reunião de líderes para a definição, pelos blocos, dos cargos a que têm direito.