O novo prefeito do Cabo, Lula Cabral, do PSB, assumiu com a faca nos dentes.
Depois de ter prometido uma auditoria nas contas do adversário e ex-aliado Vado da Farmácia, começou a apresentar o que aponta como inconsistências do ex-administrador.
Sem alarde, no fim do mandato, em dezembro, de acordo com denúncia da nova gestão, ‘ao apagar das luzes e sem qualquer critério’, o ex-prefeito mandou pagar R$ 5,8 milhões de reais a 53 servidores municipais, em licenças-prêmio.
A nova gestão diz que os pagamentos são ilegais e prometeu buscar o ressarcimento na Justiça. “O ex-prefeito Vado da Farmácia (PTB) promoveu uma verdadeira farra com dinheiro público, no final de seu mandato. É ilegal. É um verdadeiro absurdo.
Foi a mega da virada ”, diz o secretário de governo Paulo Farias, auxiliar de Lula Cabral.
Conforme consta de cópia do contra-cheque, o maior beneficiário nos pagamentos foi um servidor Manoel Luiz Bezerra Neto, auditor fiscal que recebeu R$ 232.050,00 (duzentos e trinta e dois mil e cinquenta reais).
O menor recebimento foi de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais). “A sociedade e os órgãos de controle como Ministério Público e TCE precisam tomar conhecimento e tomar as providências legais.
A situação no Cabo é de desmando e caos.
Contratos superfaturados, uso de beneficiários de programas sociais como PETI, em desvio de função.
Nossa equipe está fazendo uma auditoria profunda na folha de pagamento e nos contratos.
Vamos fazer uma devassa e vamos mostrar a sociedade o que encontramos.
Não sei como o Cabo suportou tanto descaso e abuso.”, afirmou Paulo Farias.
A nova Prefeitura do Cabo diz que não tem como fazer o estorno dos recursos, mas vai tomar medidas judiciais e administrativas.
Na segunda, promete divulgar a lista dos beneficiários dos pagamentos supostamente irregulares.
Neste sábado, a nova gestão divulgou apenas os vencimentos do auditor que recebeu os maiores proventos. “Em seguida, mostraremos a lista dos beneficiários.
Há fortes indícios de vícios e, se comprovado o recebimento indevido, vamos pedir o ressarcimento e a responsabilização do ex-prefeito Vado e do ex-Secretário de Gestão, Lusivan Oliveira.
O Brasil está mudando e essa gente teima em não acreditar”, criticou o novo administrador.
O secretário de Lula Cabral disse que os pagamentos foram “uma ação entre amigos” e Vado da Farmácia precisou ludribriar a Justiça para praticar os atos. “O ex-prefeito Vado chantageou a Justiça, que havia bloqueado as contas do Município.
O governo Vado alegava não haver recurso para pagar a folha dos professores e pediu a liberação de R$ 18 milhões com essa argumentação, mas tinha em caixa R$ 5,8 miihões para licenças-prêmio.
Não há possibilidade destes valores serem corretos.
Como uma pessoa com um salário de R$ 5 mil por mês pode acumular R$ 200 mil em licenças-prêmio?” questiona.