Do JC Online A lista de mulheres eleitas este ano em Pernambuco cresceu mais um pouco às vésperas da posse.
A professora indígena Edilene Bezerra Pajeú (PV), 41, com votação suficiente para ocupar a décima das 13 vagas de vereador em Cabrobó, Sertão do São Francisco, conseguiu garantir, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o direito ao mandato, unindo-se às outras 260 escolhidas pelos pernambucanos e reconhecidas pela Justiça Eleitoral para as Câmaras Municipais.
Será a única representante do sexo feminino a legislar na cidade.
Por unanimidade, a corte do TSE revisou a situação do registro de candidatura de Edilene, conhecida como Pretinha Truká e que tinha sido impugnada, a pedido do Ministério Público, por não ter se afastado da escola três meses antes das eleições.
A última decisão do Supremo foi publicada antes do recesso.
A diplomação está sendo providenciada. “A defesa argumentou que ela não precisava se desincompatibilizar do cargo”, explica o advogado Luís Alberto Gallindo.
As escolas indígenas integram a rede estadual de educação e Pretinha atua com contrato temporário, não é servidora concursada.
Segundo ela, o pedido de afastamento chegou a ser feito no dia 1º de julho, três meses antes do primeiro turno.
Mas a candidata só foi afastada pelo Estado 20 dias depois. “A assessoria jurídica da Secretaria Estadual de Educação alegava que eu não precisava me afastar”, defendia-se Pretinha.
A nova vereadora vive na Ilha de Assunção, no Rio São Francisco, a 489 quilômetros do Recife, com os mais de cinco mil trukás.
Tem formação em licenciatura intercultural indígena pela Universidade Federal de Pernambuco e é uma das lideranças de sua comunidade.
A candidatura foi uma decisão do povo truká.
Antes de Pretinha, Maria das Dores dos Santos, a cacique Dorinha Pankará (PP), em Carnaubeira da Penha, tornou-se vereadora em 2012.
Concorreu mais uma vez este ano e ficou na suplência.
Além das 261 vereadoras, Pernambuco tem 26 prefeitas eleitas em 2016.
A posse delas está programada para o próximo domingo.