Como era de se esperar, desde que foi defenestrado do Poder Central com a queda de Dilma, o líder do PT no Senado, Humberto Costa, fez uma avaliação negativa ao tomar conhecimento da portaria divulgada nesta sexta-feira (30), pelo Ministério da Saúde, no Diário Oficial da União, que reduz as exigências mínimas para funcionamento das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e tenta colocar em funcionamento milhares de unidades que foram construídas, mas estão paradas, porque Estados e municípios, como Pernambuco, não tem dinheiro para inaugurá-las e mantê-las abertas. “Um completo desrespeito com o povo pobre”, afirmou, em evidente exagero retórico. “Brasil precisa cair na real”, diz ministro ao anunciar mudanças “A nova regra vai prejudicar a população mais carente.

O número mínimo de médicos para cada unidade passa a ser de apenas dois profissionais, um atendendo pela manhã e outro à noite”, afirma, faltando com a verdade.

O que o governo Temer fez?

Mudou as regras.

Antes, era exigido o número mínimo de quatro médicos por unidade para que funcionasse.

Com as novas regras, cada unidade poderá ter no mínimo dois médicos, para começar a funcionar.

Caberá aos prefeitos definir o número de profissionais na equipe.

A partir do tamanho da equipe médica, será estabelecido o valor de custeio que será repassado ao município ou Estado.

Uma UPA com dois profissionais, por exemplo, receberá um incentivo financeiro para custeio de R$ 50 mil enquanto uma com nove profissionais receberá R$ 250 mil. “É melhor dois do que nenhum.

O Brasil precisa cair na real.

Não temos mais capacidade de contratar pessoal”, disse o ministro da Saúde, Ricardo Barros, ao anunciar as novas regras, nesta quinta. “É melhor essa UPA funcionando com um médico de dia e um de noite do que ela fechada”, completou.

Humberto Costa deve preferir Upas sem atender à população, para que possa subir à tribuna do Senado.

Dados do Ministério da Saúde apontam que, atualmente, 275 UPAS estão em obras, enquanto 165 já foram concluídas, mas não foram abertas. “Uma medida como essa é absurda!

Sabemos o quanto é importante o acolhimento do paciente nas unidades de saúde.

Apenas um médico atendendo dentro de uma UPA vai tornar o atendimento altamente precário e prejudicar as pessoas que estão precisando do serviço.

O que esse ministro golpista está fazendo não existe”, afirmou Humberto Costa. “Essa nova resolução vai deixar o atendimento completamente solto.

Como é que equipamentos e máquinas de raio-x vão ficar ‘rodando’ de unidade em unidade em município.

Uma ação dessa é completamente descabida e irresponsável, pois sabemos como esses equipamentos são sensíveis e podem sofrer mudanças nos seus resultados com o transporte inadequado”, criticou o senador petista, ex-ministro da Saúde.

Humberto Costa ainda tentou usar a argumentação de que com a implantação da PEC 55 os recursos da saúde vão ser ainda mais escassos.

Na verdade, o orçamento da União reservou mais R$ 10 bilhões para a área da Saúde. “Vamos ter muitos cortes na área da saúde e o sofrimento vai para as pessoas que necessitam de atendimento no SUS.

Será um verdadeiro desastre para a população que vai sentir a falta de medicamentos, unidades fechando e menos profissionais atendendo”, afirmou, em evidente exagero retórico.