Em clima de tensão, a votação da reforma administrativa, proposta pelo prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), que extingue secretarias e transforma empresas em autarquias, foi adiada em virtude da apresentação de três emendas de plenário.
Duas da vereadora de oposição Marília Arraes (PT), que tratam da isonomia entre funcionários de empresas transformadas, e uma da vereadora Michele Collins (PP), contra a extinção da Secretaria de Combate ao Crack.
As emendas voltam para as Comissões temáticas da Câmara do Recife para serem avaliadas e só depois voltarão ao plenário para votação.
A expectativa do governo municipal é de que a votação ocorra já nesta quarta-feira (28).
A petista Marília Arraes disse que era preocupante a criação de uma nova figura jurídica de transformação, pois a lei diz que para criar uma empresa ou autarquia é preciso primeiro extinguir e depois criar. “Não há essa figura jurídica de transformação de empresa em autarquia ou vice-versa”.
Ela também criticou a urgência do Executivo para a aprovação da reforma administrativa. “Peço coerência aos vereadores para que não votem hoje e que tenhamos maior tempo para analisar isso”, defendeu.
O tucano André Régis (PSDB) embora favorável à reforma, também criticou a falta de tempo para analisar o projeto, de grande importância.
Lembrou que foi o único vereador a ser contrário à criação da secretaria de Combate ao Crack por acreditar que já havia outras empresas na Prefeitura que poderiam cuidar e já cuidavam desse assunto.
A criação teria sido apenas para acomodação política.
Para ele a forma de envio é tardia. “Sempre me pautei pela diminuição da máquina e a argumentação da PCR é justamente enxugamento para modernizar a administração.
Aplaudo a medida mas, chama atenção para o fato de que o Prefeito não diz detalhadamente como será feita essa mudança”.
Em entrevista ao Jornal do Commercio, o líder do governo na Câmara, o vereador Gilberto Alves (PSD), não considera o adiamento da votação como uma derrota de Geraldo Julio na Casa. “Não teve vitória da oposição.
Acho que Marília não entendeu a proposição do projeto.
Tenho certeza de que amanhã ela poderá se aprofundar melhor sobre o assunto”, garantiu.