Em entrevista ao Blog de Jamildo, nesta quarta-feira, o professor e doutor da UFPE Rodrigo Jungmann acusou diretamente o reitor da instituição, Anísio Brasileiro, pelas invasões e os danos causados pela depredação causada pelos alunos, após o abandono dos prédios ocupados, na sexta-feira passada.
O professor explicou que decidiu falar depois de não ter suas impressões sobre o episódio reproduzidas pelos jornais e após ter visto um vídeo recente do reitor em que expressa perplexidade e indignação com os estrados nos prédios ocupados. “Perplexidade e indignação com o que?
O que aconteceu era mais do que previsível.
Eventos desta natureza fatalmente iriam acontecer. É público e notório que a UFPE está coalhada de militantes radicais de extrema esquerda e o Anísio é simpático a estes radicais.
Não há outra coisa que explique”.
Rodrigo Jungmann também criticou Anísio Brasileiro por falar em promover diálogo com quem afronta a lei. “Não cabe eufemismo nesta questão.
Não se tratou de ocupação, nem invasão.
O que ocorreu ali foi crime, de esbulho possessório e constrangimento ilegal”. “Por mais que ele lamente o ocorrido, houve leniência e conivência.
Não existe dizer que não houve crime, na invasão do prédio público.
No meu caso, por ser conhecido por posições conservadoras, fui proibido de ter acesso a minha sala por esses comissários dos povos (alunos que controlavam as invasões)”, criticou.
O professor apontou o que considera outra contradição do reitor, ao afirmar que respeita o direito de ir e vir das pessoas. “Como falar de direito de ir e vir, se os professores e os funcionários não podiam entrar em prédios fechados com cadeados. É evidente que houve violação.
Por isto, a fala do reitor causa espécie (espanto).
Na verdade, ele se mostrou conivente com uma ocupação que violou este direito”.
Rodrigo Jungmann questionou, igualmente, o comentário do reitor de que respeitava a maioria dos alunos. “Se a maioria dos alunos fosse consultada, estaria contrária.
A maioria dos alunos quer estudar, quer concluir seus estudos e entrar no mercado de trabalho”, afirmou, em referência aos estudantes profissionais, mantidos por partidos ideológicos, como PSOL e PC do B.
Nas suas críticas ao reitor, Rodrigo Jungmann disse ainda que Anísio Brasileiro fala em respeito à pluralidade de opiniões, mas que isto não passa de ficção na UFPE. “Essa pluralidade de opiniões é professada, da boca para fora, mas não é seguida.
Em maio, por exemplo, realizamos um evento para debater o marxismo cultural.
O debate foi invadido por militantes de esquerda radical simplesmente porque se expressava ali opiniões contrárias aos dogmas da esquerda.
Onde estava a pluralidade de opiniões?
Nunca recebi solidariedade de colegas, do centro acadêmico ou do reitor”, frisou.
O professor Rodrigo Jungmann também desmentiu a alegação de Anísio Brasileiro de que tenha agido com celeridade, ao comunicar as depredações dos prédios, em especial no Centro de Filosofia e Ciências Humanas. “Evidentemente que não procede (essa argumentação de celeridade), seja no CFCH, ou na sala do professor Jorge Zaverucha.
Eu fiquei sabendo da invasão da minha sala no dia 19 de dezembro, mas só tive acesso no dia 26.
E foi só no dia 26 que se falou (UFPE) em chamar a Polícia Federal.
Houve um grande atraso, não teve celeridade nenhuma. É um absurdo se pensar que a invasão deveria ter prioridade sobre a investigação (dos crimes).
Assim, é evidente que não houve uma pronta resposta da reitoria.
Assim que soube dos crimes, a reitoria deveria interromper a invasão, deveriam entrar à força, se necessário” O professor Rodrigo Jungmann também criticou a versão e aceitação, por parte da imprensa, da fala do reitor tentando convencer as pessoas de que não foram estudantes que perpetraram os danos, foram outras pessoas. “Cabe observar porque se aceita este jornalismo declaratório, em que se aceita essa declaração e fica por isto mesmo.
Eu lhe perguntaria que evidência ele tem neste sentido e se poderia apresentar.
Sobre esta hipótese, fica evidente que elas não entraram à força.
Ou estavam lá desde o começo ou entraram com pleno conhecimento dos alunos.
Há culpabilidade deles, de um jeito ou de outro. É absurdo, é ridículo argumentar o contrário, de que foram pessoas estranhas à UFPE que praticaram esses crimes”.
Nesta quarta-feira, de fato, um certo jornalismo cultural tentou entrar em cena para dar sustentação à tese de que a ação era responsabilidade de supostos manifestantes.
O professor da UFPE chama atenção, também, para um ponto que os jornais locais fizeram questão de esconder, ao reportar o desfecho das invasões. “Lamento, por fim e com pezar, o tratamento que se tem dado ao caso, numa tentativa de despistar a questão ideológica de fundo.
Não são lamentáveis incidentes de vandalismo, como se quer passar para a opinião pública.
Os atos foram feitos por militantes de extrema esquerda, com a complacëncia da reitoria da UFPE”.
Rodrigo Jungmann revela que foi ameacado de morte de forma velada, em pichações na sua sala. “Picharam lá Stalin matou pouco.
Como sou anticomunista ferrenho, qual o recado?
Sinto me ameaçado de morte.
Noutra pichação, estava escrito Seu facista, a América Latina vai ser toda comunista.
Pegaram até uma cueca para cobrir a tela do meu computador, para vocês verem o nível de degradação moral destes animais”, afirmou.
Na entrevista ao Blog de Jamildo, o professor da UFPE culpou diretamente Anísio Brasileiro pelos ataques a sua pessoa. “Para estes fatos se materializarem, concorreu a inoperância da atual gestão.
Ele desde sempre transigiu com este crime.
Não se pode invadir prédios públicos.
Sou cético em relação à essas investigações, mas acho que vai cair em crime de prevaricação (por parte do reitor da UFPE, ligado ao PT).
Faço este desabafo pessoal porque, sob esta gestão, em um curto espaço de tempo, foram ao menos dois eventos em que fui agredido por manifestar minha opiniões.
Em agosto, em um debate sobre Israel e Palestina, defendi o caso de Israel e fui chamado de facista e sionista, por esta matriz de esquerda que domina a UFPE.
Em Caruaru, fui participar de uma palestra sobre a Escola Sem Partido e fui tangido para fora da universidade, por uma centena de raivosos de esquerda.
Eu perguntei se eles saberiam definir o que era um facista e nenhum soube me responder” “Enquanto isto, a reitoria da UFPE não toma conhecimento, presta solidariedade ou apreço pela minha liberdade de expressão.
Há um fingimento de que a UFPE é uma casa plural.
Não é. 99% da universidade é de esquerda e radical, os divergentes são hostilizados.
Como não comungo destes ideais, sou o bad boy de direita, o burguês, o homem a ser odiado”, desabafa, com a coragem que falta a muitos.