Alvo da Operação Imhotep, deflagrada nessa terça-feira (27), a secretária de Urbanismo, Obras e Patrimônio Arquitetônico de Goiana, Marlize Mainardes, se apresentou à Polícia Civil por volta do meio-dia desta quarta-feira (28).
A investigação foi contra um esquema na prefeitura para a contratação de uma empresa de forma fraudulenta.
O valor do contrato investigado foi de R$ 148 mil.
A irregularidade foi no contrato de número 1 de 2015.
O delegado responsável pela apuração do caso, Thiago Uchôa, explicou que, na contratação de uma empresa de consultoria e assessoria de arquitetura, a prefeitura estipulou o valor menor que R$ 150 mil na licitação para que ela fosse feita em forma de convite, com três empresas.
LEIA TAMBÉM » Esquema criminoso na Prefeitura de Goiana é alvo de operação da Polícia Civil » Licitação da Prefeitura de Goiana é suspensa a pedido do prefeito eleito Uchôa afirma ainda que não havia necessidade para essa contratação, já que há profissionais da área no quadro da prefeitura. “Esse convite chama atenção que duas empresas convidadas não possuíam empregados registrados.
Isso mostra falta de capacidade operacional para executar um contrato”, disse o auditor do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) Walter Martins.
A empresa vencedora foi a JBM, do Josielson Roque de Jesus, preso na operação.
Ele já havia sido comissionado da prefeitura até 2013, mas deixou o cargo por acumular a função com uma no Detran-PE, de forma irregular. » MPPE usa prisão do prefeito de Ribeirão para criticar pacote anticorrupção » MPF consegue condenação de ex-prefeito de Itamaracá por improbidade administrativa Josielson voltou à Prefeitura de Goiana dois anos depois como pessoa jurídica recebendo R$ 12,4 mil por mês - enquanto no contrato como pessoa física recebia menos que R$ 2 mil.
Segundo a polícia, a articulação foi feita pela sócia dele, Maria do Socorro Mesquita Barbosa Veloso, também presa na ação.
Na prefeitura, o acordo foi fechado por dois comissionados da pasta de obras, a arquiteta Marie Gabrielli Alves de Sousa Mendes, outra presa, e o engenheiro Adjair Costa Leite Júnior, foragido da Operação Imhotep.
A polícia concluiu que tanto Marie quanto Adjair recebiam parte do valor mensal repassado pela gestão para a JBM.
Ambos trabalhavam com a secretária Marlize Mainardes, agora presa na Colônia Penal Feminina, em uma empresa e nas gestões de Petrolina e de Casa Nova (BA).
Após a Operação Imhotep, a polícia vai repassar ao TCE-PE documentos apreendidos dos processos de uma construção de uma praça e da feira livre de Goiana para basear auditorias posteriores do órgão.
Segundo o delegado Thiago Uchôa, ambas tinham valores milionários e eram fiscalizadas pela mesma empresa, a JBM.