Por Franco Benites do Jornal do Commercio Pai do ministro de Minas e Energia, Fernando Filho (PSB), o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) defendeu nesta terça-feira (27) que o PSB tenha candidato próprio à presidência da República em 2018.
Apesar da declaração, ele reconheceu que os socialistas ainda carecem de um nome que reúna o partido em torno do projeto presidencial e comentou a possibilidade do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), engrossar as fileiras da legenda. “Evidente que o PSB gostou de ter disputa uma eleição presidencial.
Fez bem ao partido.
Evidente que tem um debate dentro do partido para que o PSB possa apresentar de novo uma candidatura própria à presidência da República.
Não tenho dúvida nenhuma.
Vamos ter candidato.
O que estamos discutindo é se é Alckmin migrando para o PSB ou não”, afirmou, em entrevista à Rádio Jornal.
Em 2014, o PSB lançou o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos como candidato a presidente da República.
Após a morte do pernambucano em acidente aéreo em Santos em agosto daquele ano, Marina Silva, hoje na Rede, assumiu a cabeça de chapa com o ex-deputado federal Beto Albuquerque (PSB-RS) na condição de vice. “Nos ressentimos disso, a ausência de Eduardo faz muita falta.
Não temos um quadro nacional, mas o partido entende que para estar no jogo tem que estar jogando o jogo e para jogar o jogo tem que estar disputando.
Fez bem ao PSB.
O PSB hoje é um partido que tem peso político”, declarou.
Fernando Bezerra Coelho afirmou que há uma divergência interna em torno da candidatura própria do PSB à presidência da República. “De fato, o PSB tem uma posição de muita aproximação com Alckmin.
Isso vem de Eduardo Campos, que fez uma aliança com Alckmin e colocou na vice o nosso companheiro Márcio França (PSB-SP). É uma relação construída ainda à época da liderança de Eduardo Campos no PSB.
Temos muito respeito por esse projeto político que poderá ser viabilizado em São Paulo, de, em uma eventual candidatura de Alckmin à presidente da República, seja pelo PSB, seja pelo PSDB, um quadro histórico do PSB vir disputar o governo da principal unidade da federação brasileira que é o estado de São Paulo”.
De acordo com o senador, não é hora de “antecipar o debate”.
Para Fernando Bezerra Coelho, há um cenário de indefinição que pode mudar a disposição das legendas em apresentar seus postulantes. “Não podemos precipitar essa agenda porque Alckmin é um quadro do PSDB e não existe nenhuma manifestação dele em relação ao desejo de sair.
Vi uma entrevista do senador Aécio Neves (PSDB-MG) reconhecendo inclusive que Alckmim poderá ser candidato pelo PSDB.
O quadro está sujeito a tantos fatos novos que o que pode parecer uma coisa hoje amanhã pode não se confirmar”, apontou.
Embora defenda a candidatura própria do PSB à presidência da República, Fernando Bezerra Coelho ressalta que não seria ruim para o partido abrir mão do projeto presidencial desde que tivesse o apoio do PSDB para que Márcio França seja o candidato ao governo de São Paulo em 2018. “Em vez de apresentar uma candidatura própria, pode-se formar uma aliança.
Isso significa ampliar a musculatura do partido, a bancada federal do PSB.
Hoje o partido tem 32 deputados federais e pode ter mais 40 deputados.
Esse é um projeto que diz respeito aos interesses estratégicos e futuros do PSB”, avaliou.
Envolvido nas investigações da Lava Jato, Fernando Bezerra Coelho declarou que não tem o desenrolar da operação e nem a divulgação do conteúdo de novas delações premiadas. “Em relação à Lava Jato todos sabem aqui em Pernambuco que a gente está respondendo a uma denúncia do Ministério Público Federal fruto de uma investigação.
Estamos confiantes que agora nesta fase que a gente vai apresentar a nossa defesa perante o Supremo Tribunal Federal há de ficar tudo esclarecido.
Quando essa denúncia venha ser analisada pelo Supremo Tribunal Federal será dada dívida quitação das nossas responsabilidades em relação a essa matéria.
Não é uma matéria agradável.
Todos nós sabemos que isso envolve a utilização de recursos em campanhas políticas, se foram feitas de forma legal ou se foram feitas através do chamado caixa 2, e eu espero que ao longo da análise que será feita, possivelmente em fevereiro e março, esses fatos possam ser devidamente esclarecidos”, afirmou.